Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Cabral, Nara Lya Simões Caetano |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-25112015-110230/
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Resumo: |
Esta pesquisa investiga os sentidos, valores e discursos circulantes que emergem nas páginas da imprensa em torno da categoria \"politicamente correto\", observando suas relações com a liberdade de expressão e formas de controle da produção discursiva. A partir de matérias da Folha de S. Paulo, no período de 1991 a 2014, pesquisamos as transformações do politicamente correto no Brasil e as regulações por ele estabelecidas. Embasamo-nos, nesse percurso, nas proposições de Michel Foucault sobre a arqueologia dos discursos, de modo que as matérias jornalísticas devem ser tomadas como acontecimentos discursivos, isto é, como vestígios materiais que servem de base à \"escavação\" de plataformas culturais, saberes e regras sócio-históricas que condicionam a emergência de enunciados e discursos. Nossos resultados apontam para a emergência do politicamente correto como categoria em disputa no debate público, inserida em um contexto de reposicionamentos dos saberes sobre liberdade de expressão, e para o papel decisivo do jornalismo na introdução dessa expressão nas discussões que se travam na esfera pública brasileira. O posicionamento assumido pelo jornalismo remete a um imaginário discursivo sobre a democracia, o que também tem seu papel na consolidação da legitimidade e do lugar de fala da imprensa. De modo correlato, a discussão pública sobre o politicamente correto no Brasil mostra-se profundamente polarizada. Por fim, a emergência da categoria \"politicamente correto\" como forma de denominar processos de regulação sobre a linguagem reflete - e também determina - a centralidade e a visibilidade adquiridas por esse fenômeno em nossa cultura: centralidade da linguagem, de modo amplo, como mediadora das relações sociais; centralidade do individual na condução de ações políticas; centralidade do paradigma de circulação de ideias - e, por conseguinte, visibilidade das formas de controle da expressão, entendidas cada vez mais como intoleráveis. |