Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Migliaccio, Luciana Adayr Arruda |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-12112007-145148/
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Resumo: |
Quando o AI- 5 foi decretado, em dezembro de 1968, o regime militar buscou, por meio da interdição à liberdade de imprensa, homogeneizar os discursos, impedir que os indivíduos demonstrassem insatisfação com o governo. A expectativa em relação aos discursos responsivos ao Regime é de um modo de presença submisso e que envolva textos com efeito de monofonia, ou seja, com acento único no tom da voz do enunciador. Observaremos como e por que a mídia jornalística impressa dessas décadas responde ao autoritarismo da ditadura militar. Para isso, analisaremos textos midiáticos correspondentes a essa época da História do Brasil, com apoio teórico e metodológico da semiótica de linha francesa. Alguns veículos de mídia submeteram-se à interdição, evitando o confronto com o Regime; outros, porém, como O Estado de S. Paulo e Veja, mesmo estando interditos, marcaram seu protesto, utilizando um efeito de descontinuidade semântica nas páginas dos periódicos, que supunha efeito de estranhamento ao leitor fiel do jornal e da revista. Rompiase a isotopia discursiva, que é a homogeneidade de leitura oferecida pelos periódicos dia após dia, ao se colocar, por exemplo, na revista Veja, desenhos de demônios, após uma reportagem que tratava da reforma da estrada Belém-Brasília; ou, na primeira página do jornal OESP, fotos de rosas e cartas de leitores. Os enunciadores dos textos midiáticos se apoiaram então no efeito de ironia, que é uma forma de heterogeneidade mostrada e não marcada para protestar contra a interdição. Desestabilizou-se, dessa maneira, o efeito de monofonia por meio de inserções pontuais de discursos representativos de formações discursivas contraditórias. Delineia-se, assim, o corpo flexível do ator da enunciação: depreende-se do próprio discurso um sujeito que, ainda que em segredo, opõe-se ao veto à liberdade de expressão da imprensa. Comprova-se a possibilidade de verificação de um éthos e seu anti-éthos no diálogo discursivo polêmico entre textos que defendiam a submissão como modelo de presença (ditadura) e textos que, responsivos àqueles (mídia), configuravam-se pelas dimensões da descontinuidade, da heterogeneidade mostrada, da polifonia e da polêmica veladas. |