Interdição e silenciamento: o resgate da história da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo a partir dos processos administrativos de desligamento de docentes no período ditatorial (1969-1979)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Coutinho, Lis de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-11092018-100135/
Resumo: Esta tese apresenta o estudo dos casos de desligamentos de cinco professores da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) durante o regime militar (1969-1979): Jean Claude Bernardet, Thomaz Farkas, José Freitas Nobre, Jair Borin e José Marques de Melo. O objetivo desta pesquisa foi entender, por meio de documentos, depoimentos e pesquisa bibliográfica, a perseguição a intelectuais e cientistas na ditadura militar. O propósito foi realizar um estudo de caso para compreender como funcionava a lógica de investigações e controles dos expurgos nas universidades nesse contexto histórico brasileiro. Além disso, esta investigação tratou das diferentes estratégias de expurgos realizadas na USP, dentre elas as chamadas \"cassações brancas\", nas quais docentes não eram cassados formalmente, mas eram desligados dos quadros universitários sumariamente, sem justificativas. Para entender esses fenômenos, tratamos das trajetórias dos docentes desde o ingresso na ECA/USP, passando pelo desligamento, até o retorno na década de 1980 após a Lei da Anistia. Para tanto, utilizamos como base metodológica o método historiográfico, o paradigma indiciário e qualitativo de análise. Assim, dentro das discussões de que temos participado do Observatório de Comunicação, Censura e Liberdade de Expressão da ECA/USP, pudemos concluir que a intimidação e a autocensura foram preponderantes nas práticas de interdição dos dispositivos de vigilância nas universidades, gerando grandes consequências para a produção de conhecimento, principalmente no que se referiu à área de comunicação.