Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1996 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Ana Márcia de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-05122024-165449/
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Resumo: |
Hanseníase caracteriza-se por apresentar amplo espectro de manifestações clínicas correlacionadas às alterações imunológicas, localizando em um extremo acentuada imunossupressão (forma virchowiana) e, no extremo oposto o polo de exacerbação imunológica (forma tuberculóide ). Entre estes polos situam-se formas instáveis (dimorfa) que podem adquirir características supressoras (dimorfa virchowiana) ou de reatividade (dimorfa tuberculóide). A avaliação da capacidade de resposta imune tem contribuído para entendimento da fisiopatologia da doença. Um parâmetro que pode espelhar a potencialidade imunológica é a quantificação de citocinas que são mediadores celulares responsáveis pela modulação da resposta imune celular. Para investigar a potencialidade de resposta imune celular das diferentes formas clínicas da hanseníase, foram quantificados os níveis séricos das citocinas IL-1, IL-4, IL-6 e α TNF, importantes na regulação imunológica, em 35 doentes, subdivididos em Tuberculóides (HT n = 6), Dimorfo-Tuberculóides (HDT n = 7), Dimorfos e Dimorfos Virchowianos (HV e HDV n = 8), Virchowianos (HV n = 7), Eritema Nodoso (HVR n = 7) e 10 indivíduos normais (C n = 10). As citocinas foram avaliadas através do método ELISA (R & D Systems). Os resultados revelaram redução significativa dos níveis séricos de αTNF nas formas HD e HV em relação aos controles. Enquanto em doentes com formas HDT e HT os níveis de αTNF foram semelhantes aos dos controles. Entretanto, em HVR2 as concentrações de αTNF foram acentuadamente maiores. Os níveis de lL-1 foram significativamente maiores nos doentes que nos controles, o que pode estar associado à própria atividade da IL-1, citocina produzida por macrófagos ativados. A produção de IL-1 está também associada à capacidade de reatividade macrofágica, como pode ser visto pelos resultados de HT e HTD, significantemente maiores que os de HD e HV. Por outro lado, na forma reacional HVR2 os níveis de IL-1 foram significativamente maiores que os de HV, sugerindo que durante a reação inflamatória (ENL) há maior atividade macrofágica. As concentrações de IL-6 em doentes foram significantemente maiores quando comparadas aos resultados dos controles. Analisando os níveis de IL-6 dentro do espectro da doença observam-se valores maiores nas formas HDT e HT, se comparadas às formas HD e HV. Estes resultados são relacionados à maior capacidade de macrófagos de HDT e HT responderem aos estímulos. Nas formas reacionais HVR2, no entanto, os níveis de IL6, foram maiores que os de HD e HV, mostrando que esta citocina, relacionada à reação inflamatória aguda, está correlacionada com surto reacional, tipo eritema nodoso, sugerindo também que durante a reação hansênica ocorre ativação e resposta macrofágica. Em relação à IL-4, os níveis séricos foram semelhantes entre os grupos HT, HDT e controle, sendo significativamente maior em HD e HV. A produção de IL4, citocina depressora da atividade macrofágica, foi mais acentuada em virchowianos, significativamente maior que em dimortos, podendo ser diretamente associada com a carga bacilar, revelando que a presença do M. leprae está associada à supressão imunológica. Em doentes apresentando eritema nodoso HVR2, os níveis de IL4 foram significantemente maiores quando comparados com as formas HT, HDT e com os controles, porém, menores que dos virchowianos e dimorfos, mostrando, mais uma vez, que a reação hansênica tipo ENL está associada com ativação da resposta imune, predominando os mecanismos ativadores de macrófagos (aumento de α TNF) e da reação inflamatória aguda (elevados níveis de IL-6 e IL-1) com bloqueio da supressão imunológica, mediada pela IL4. A análise global destes resultados sugere que a redução da carga bacilar pode ser acompanhada de recuperação da resposta imune celular, elevando a capacidade de defesa do hospedeiro. |