Anemia ferropriva e deficiência de ferro em crianças pré-escolares institucionalizadas em creches de Pontal-SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Almeida, Carlos Alberto Nogueira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-11122024-133912/
Resumo: Em estudo transversal, foram avaliadas 192 crianças, com idades entre 12 e 72 meses, pertencentes às creches públicas Centro de Convivência Infantil e São Pedro na cidade de Pontal, SP, com o objetivo de estudar os fatores determinantes de anemia e deficiência de ferro nessa população. Para tanto, de cada criança foram obtidos dados pessoais (idade, sexo, história de uso anterior de ferro medicamentoso, tempo de uso de leite materno, tipo de parto, cuidado pré-natal, peso e estatura) e dados sócio-econômicos (número de moradores da casa, escolaridade dos pais e renda per capita familiar). Essas informações foram avaliadas em conjunto com os indicadores do estado nutricional de ferro (hemoglobina, volume corpuscular médio, índice de saturação da transferrina, receptores de transferrina e ferritina). Também foi estudada a alimentação ingerida na creche de uma amostra de 20 crianças. A distribuição foi homogênea em relação a idade e sexo. A avaliação antropométrica mostrou prevalência de 5,2% de crianças deficientes em pelo menos um dos indicadores. A prevalência de anemia foi de 62,5%. As prevalências de deficiência de ferro variaram conforme o indicador estudado, sendo de 32,3% segundo o volume corpuscular médio (n=192), 43% segundo o índice de saturação da transferrina (n=128), 24,2% segundo a ferritina (n=132) e 62,9% segundo os receptores de transferrina (n=124). Entre as 119 crianças que realizaram todos os exames laboratoriais, a anemia comprovadamente por deficiência de ferro esteve presente em 51,3% dos casos; 11,7% apresentaram bom estado nutricional de ferro, 5,9% apresentaram depleção nas reservas de ferro, 14,3% apresentaram redução no ferro circulante e 16,8% apresentaram anemia sem deficiência de ferro comprovada. A idade foi a variável que apresentou maior influência sobre o estado nutricional de ferro, sendo que quanto maior a idade, foram observados maiores valores de hemoglobina, maiores índices de saturação da transferrina, menores concentrações de receptores de transferrina e maiores valores de ferritina. Entre as demais variáveis, apenas em relação ao índice de saturação da transferrina foi possível observar valores maiores no Centro de Convivência Infantil, nas meninas e quanto maior o tempo de amamentação. A alimentação das crianças estudadas mostrou-se capaz de suprir 76,6% das necessidades energéticas. Em relação às proteínas, mostrou-se bastante hiperproteica mas deficiente em proteínas de alto valor biológico. A quantidade de vitamina A ingerida superou as necessidades em 28% e a de vitamina C cobriu 70,8%. O ferro ingerido foi suficiente para cobrir 98% das necessidades, mas observou-se que alguns fatores, como a oferta insuficiente de vitamina C e a reduzida presença de ferro proveniente de tecidos animais, tornaram-no pouco bio-disponível. Possivelmente a institucionalização das crianças minimizou de forma marcante as influências pessoais e sócio-econômicas no estado nutricional de ferro, fazendo com que principalmente a idade, que não é afetada pela utilização da creche, permanecesse como fator interferente. Em relação à oferta de nutrientes, a alimentação oferecida foi capaz de proporcionar adequado crescimento mas foi insuficiente para cobrir as necessidades de ferro.