Efeitos do treinamento físico na atividade nervosa simpática muscular e desempenho executivo durante o Stroop Color Word Test em indivíduos com apneia obstrutiva do sono

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Goya, Thiago Tanaka
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-23042018-125419/
Resumo: Introdução: Alterações autonômicas e reduzido desempenho cognitivo têm sido reportados em pacientes com apneia obstrutiva do sono (AOS). Estudos anteriores demonstraram que o treinamento físico (TF) reduz a atividade nervosa simpática muscular (ANSM) durante testes que exige maior demanda cognitiva em pacientes obesos e com insuficiência cardíaca. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do TF na ANSM e no desempenho executivo durante o teste de controle inibitório e sustentação da atenção em pacientes com AOS. Métodos: Trinta e três pacientes com AOS (índice de apneia e hipopneia = 43 ± 5 eventos por hora de sono, idade = 52 ± 1 anos, índice de massa corporal = 30 ± 1 kg/m2) e sem outras comorbidades foram randomizados em grupo não treinado (n = 15) e grupo treinado (n = 18). A ANSM (microneurografia), frequência cardíaca (eletrocardiograma), pressão arterial média (método oscilométrico) foram coletados durante 4 minutos em repouso seguido pela aplicação de 3 minutos do Stroop Color Word Test (SCWT), conhecido como teste de estresse mental. O consumo de oxigênio no pico do exercício (VO2 pico) foi avaliado pela ergoespirometria. O desempenho executivo foi avaliado pelo total de cores corretas faladas durante 3 minutos de SCWT. O TF consistiu de 3 sessões semanais de exercício aeróbio, exercícios resistidos e flexibilidade pelo período 6 meses. Resultados: Os grupos foram semelhantes no início do estudo em relação ao nível de escolaridade, mini exame de estado mental, índice de massa corporal, VO2 pico, fração de ejeção, frequência cardíaca, pressão arterial de repouso e percepção subjetiva de estresse (P > 0,05). O TF aumentou o consumo de oxigênio pico (P < 0,05), reduziu o IAH (P < 0,05), índice de despertares (P < 0,05) e os eventos de dessaturação de O2 durante o sono (P < 0,05). O TF também reduziu a ANSM tanto na condição basal como durante o esforço cognitivo ao longo da aplicação do SCWT (P < 0,05). No período pré e pós dos grupos não treinado e treinado, a frequência cardíaca e pressão arterial média durante o SCWT não diferiu entre os grupos (P > 0,05), entretanto, ambos os grupos apresentaram um aumento significativo (P < 0,05) da frequência cardíaca (nos 3 minutos de SCWT) em relação ao basal e aumento da pressão arterial média (no 2º e 3º minutos de SCWT) em relação ao basal e ao 1º minuto de SCWT. Após a intervenção o grupo treinado obteve maior quantidade de cores corretas faladas durante 3 minutos de SCWT quando comparado ao grupo não treinado (P < 0,05). Conclusões: O TF reduziu a ANSM e melhorou o desempenho executivo durante o teste de SCWT em pacientes com AOS. Estes efeitos estão associados a um menor risco de eventos cardiovasculares, assim como melhor desempenho na realização de tarefas que exijam maior demanda cognitiva nos pacientes com AOS moderada a grave