Controle neurovascular durante o exercício em pacientes com doença arterial coronariana com e sem apneia obstrutiva do sono

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lopes, Verônica de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39135/tde-10112022-170531/
Resumo: Pacientes com doença arterial coronariana (DAC) apresentam disfunção autonômica e vascular em repouso e durante o exercício físico. Da mesma forma, essas alterações têm sido documentadas em indivíduos com apneia obstrutiva do sono (AOS), comorbidade altamente prevalente em pacientes com DAC. Contudo, ainda não é conhecido se a presença de AOS em pacientes com DAC pode potencializar as alterações neurovasculares em repouso e durante o exercício físico nestes pacientes. Objetivos: 1- Avaliar o controle neurovascular por meio da atividade nervosa simpática muscular (ANSM), fluxo sanguíneo muscular (FSM), condutância vascular do antebraço (CVA), pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC) em repouso e durante o exercício isométrico de preensão de mão (Handgrip; HG) em pacientes com DAC e; 2- Avaliar o impacto da presença da AOS no controle neurovascular em repouso e durante o exercício isométrico de HG em pacientes com DAC. Métodos: Foram estudados 30 pacientes com diagnóstico de DAC, divididos em dois grupos de acordo com a presença de AOS: um grupo de pacientes com DAC e AOS (DAC+AOS, n=15) e outro grupo com DAC sem AOS (DAC-AOS, n=15). Foi incluído um grupo controle saudável (CS, n=15) para comparação com os grupos com DAC. Foram avaliadas a presença de AOS (polissonografia), a ANSM (microneurografia), PA (método oscilométrico indireto), FC (eletrocardiograma, ECG) e FSM (pletismografia de oclusão venosa) em repouso e durante o exercício de HG a 30% da contração voluntária máxima (CVM). A CVA no antebraço foi calculada pela divisão do FSM pela PA média. O teste t de Student para amostras independentes foi utilizado para a comparação das características físicas, clínicas, hemodinâmicas e autonômicas entre os grupos DAC e CS ou a análise de variância (ANOVA) de um fator nos grupos DAC+AOS, DAC-AOS e CS em repouso. Para a comparação das variáveis estudadas durante o exercício físico entre os grupos (DAC vs. CS ou DAC+AOS vs. DAC-AOS vs. CS) foi empregada a análise de variância (ANOVA) de dois caminhos. Para análise de covariantes foi empregada a ANCOVA. Para a comparação da resposta das variáveis durante o exercício físico, foi utilizado o teste t de Student para amostras independentes (DAC vs. CS) ou a ANOVA de um fator (resposta nos grupos DAC+AOS vs. DAC-AOS vs. CS). O teste post-hoc de Scheffé foi aplicado para determinar a diferença entre os grupos quando necessário e foi aceita como diferença estatisticamente significativa quando p<0,05. Resultados: Comparando-se os grupos DAC e CS, observou-se que os níveis da ANSM tanto em disparos por minuto quanto corrigida por 100 batimentos foram significativamente maiores no grupo DAC, em repouso (p<0,01 para ambas) e durante o exercício isométrico de HG (p<0,01 e p<0,05, respectivamente). Adicionalmente, a resposta da ANSM durante o exercício estava significativamente aumentadas no grupo DAC em relação ao CS (ANSM disparos/min p= 0,03 e ANSM disparos/100bat p= 0,01). O nível e a resposta do FSM (p= 0,04 para ambos) e da CVA (p= 0,02 e p=0,03, respectivamente) foram significativamente menores no grupo DAC. Quando os grupos DAC foram divididos de acordo com a ausência (DAC-AOS) ou presença (DAC+AOS) de AOS, observou-se que no repouso, ambos os grupos com DAC apresentaram níveis de ANSM em disparos por minuto (p= 0,01) e corrigida por 100 batimentos cardíacos (p= 0,01) semelhantes entre si, mas significativamente maiores que o grupo CS. De forma semelhante, durante o exercício isométrico de HG, a ANSM em disparos por minuto e corrigida por 100 batimentos foi significativamente maior em ambos os grupos com DAC, em nível (DAC-AOS p= 0,01 e DAC+AOS p= 0,02) e em resposta (DAC-AOS p= 0,03 e DAC+AOS p= 0,03), em relação ao grupo CS. Interessantemente, nenhuma diferença significativa entre os grupos DAC-AOS e DAC+AOS foi observada durante o exercício. Adicionalmente, o FSM e a CVA foram significativamente menores durante o exercício de HG em ambos os grupos com DAC, tanto em nível (FSM: DAC- AOS p= 0,04 e DAC+AOS p= 0,03; CVA: DAC-AOS p= 0,03 e DAC+AOS p= 0,04) como em resposta , independentemente do diagnóstico de AOS. Não observamos diferencas significativas no FSM e na CVA entre os grupos com DAC. Conclusão: O controle neurovascular durante repouso e durante o exercício isométrico de HG está prejudicado nos pacientes com DAC crônica. A presença da AOS não exacerbou a disfunção neurovascular nesses pacientes com DAC crônica