A diferença dos sexos: Lacan e o feminismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cossi, Rafael Kalaf
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-25072017-090645/
Resumo: Este trabalho investiga o debate estabelecido entre a psicanálise lacaniana e os estudos feministas e de gênero a respeito da diferença dos sexos, assim como os desdobramentos que a teoria da sexuação de Lacan pode trazer para esse tema. Examinamos a obra de autoras do feminismo francês indispensáveis para a pesquisa desta interface, no caso os de Irigaray, Cixous, Montrelay, Kristeva e Wittig tais trabalhos, notadamente edificantes do movimento da escrita feminina, verificamos terem repercutido decisivamente tanto em Lacan quanto nos estudos de gênero contemporâneos. Investigamos a obra de Robert Stoller, a introdução do termo gender nesse contexto e o desenvolvimento de sua teoria do núcleo de identidade de gênero, a ser debatida por Lacan no seminário XVIII e que constatamos ter sido determinante para o estabelecimento de sua noção de semblante. Detectamos que o lacanismo incorporado em solo norte- americano foi aquele que se voltou para o estruturalismo de Lévi-Strauss e as relações de parentesco, evidente nas obras de Rubin e Butler. Comprovamos que as críticas a Lacan giraram principalmente em torno das noções correlatas ao registro simbólico e seu suposto caráter apolítico e ahistórico, o que obrigou defensores da psicanálise a se pronunciar. Sob a hipótese de que a sexuação lacaniana poderia trazer novos ares para esta discussão, concluímos que tratar do falo enquanto função, da teoria dos gozos e de derivações dos aforismos Não há relação sexual e A mulher não existe, a partir de recursos da lógica, da teoria dos números e dos conjuntos, acabaram por revigorar o entendimento lacaniano da diferença dos sexos, que se esquiva das prescrições heteronormativas e da binaridade dos gêneros