Uma abordagem psicanalítica das questões da sexualidade na atual clínica com adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Heloene Ferreira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicanálise
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19685
Resumo: A presente dissertação foi motivada pela prática enquanto residente de Psicologia no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Interroga a teoria a partir da clínica, dos dados que dela se pode obter, ou seja, do que a fala de cada sujeito pode trazer de novo para a teoria sobre a sexualidade na adolescência. Os casos foram estudados conforme a metodologia psicanalítica, ou seja, a partir da transferência. Com as falas dos sujeitos que foram atendidos, verifica em que a teoria que vige na atualidade está conforme a esta mesma atualidade e em que a teoria necessita de modificações e acréscimos trazidos a partir daquilo que os sujeitos disseram. Parte da fundamentação teórica de que a sexualidade é infantil e se constitui na relação com o Outro, retoma Freud e verifica que desde os seus Três Ensaios ele propusera ampliar duplamente o conceito de sexualidade vigente na época, ou seja, afastá-la de sua ligação estreita com os genitais e incluir todos os impulsos englobados pelo polivalente termo amor. Partindo da formulação freudiana de um início bifásico da sexualidade, na infância e na puberdade, investiga quais seriam as diferenças entre elas. Constata que, do ponto de vista da medicina, a puberdade corresponde à fase final da diferenciação sexual do indivíduo, induzida pela produção de hormônios sexuais que levam a transformações no seu corpo, sendo este um processo absolutamente necessário do ponto de visto biológico para a aquisição da fertilidade e consolidação do crescimento. Contrapõe então, a partir da psicanálise, a adolescência como a presentificação do ser-para-o-sexo, subversão freudiana da filosofia, que pressupõe o encontro com o real da castração, com as questões sobre a assunção de um posicionamento na partilha dos sexos. A partir daí, verifica as implicações clínicas de dois diagnósticos retirados do discurso médico, os distúrbios da diferenciação do sexo (intersexualidade) e a disforia de gênero (transexualidade). Retoma em Freud a conceituação de masculino e feminino e ratifica que para ele não são somente uma referência para o desenvolvimento do menino e da menina, se referem ao modo como cada sujeito lida com o reconhecimento da diferença. A anatomia é dada, o que não é dado é o modo como cada sujeito vê sua anatomia. Em consequência: a bipolaridade sexual é psíquica e não anatomo-fisiológica e o sujeito se situará num dos lados das fórmulas da sexuação, propostas por Lacan, e não necessariamente sempre do mesmo lado.