Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Colombaroli, Ana Carolina de Morais |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-04102023-162718/
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Resumo: |
Nas últimas décadas na América Latina, o medo do crime tem ocupado posição central no cotidiano das pessoas, as discussões sobre segurança e delinquência se tornaram pauta prioritária na mídia e na política. Ao mesmo tempo, a política criminal legislativa dos países latino-americanos tem se alterado, em um paradigma de supervalorização securitária, que aumenta a punição como resposta à delinquência clássica e aposta no uso intensivo e extensivo da pena de prisão como forma de controle do crime. O trabalho se apresenta com o objetivo de compreender se, e de que forma, o medo do crime difundido entre a população apresenta reflexos na elaboração de leis mais repressivas e menos garantistas no âmbito criminal. Foram selecionados, para análise, o Brasil e o Chile, e o período compreendido entre 1980 e 2020. A tese tem como pilar epistemológico a criminologia crítica, mas se desenvolve em permanente diálogo com a sociologia, filosofia, ciência política e psicologia social. Para sua execução, conjugamos a pesquisa bibliográfica, a análise de pesquisas de opinião e pesquisa empírica. Por meio da pesquisa bibliográfica discutimos sobre o medo enquanto um afeto político, apresentamos o estado da arte sobre o campo de estudo do medo do crime, discutimos sua dimensão simbólica e a relação entre o modelo político-econômico neoliberal e o protagonismo contemporâneo adquirido pelo medo do crime na consciência social, tanto em um nível geral, quanto nos contextos específicos do Brasil e do Chile, discutimos a adesão da sociedade ao punitivismo e o populismo punitivo. Encontramos uma íntima relação entre as inseguranças ontológicas da pós-modernidade, o neoliberalismo, a disseminação do medo do crime e a adoção do populismo penal. Por meio da análise de pesquisas de opinião e, em menor medida, de pesquisas de vitimização e estatísticas criminais, apresentamos dados quantitativos sobre o medo do crime e sensação de insegurança no Brasil e no Chile, dimensionando a importância política do tema. Por meio de pesquisa documental, analisamos o conteúdo as justificações dos projetos de lei aprovados no Brasil e no Chile, no período de 1980 e 2020, a fim de verificar se o medo do crime era mobilizado pelo legislador para fundamentar o projeto, e de que forma era feita essa mobilização. Assim, foi realizada uma análise quantitativa e qualitativa das justificações, evidenciando que o medo do crime foi largamente utilizado pelo legislador para embasar o aumento de punição, a restrição de garantias processuais penais e o recrudescimento da execução da pena. |