Entre as malhas repressivas e o sistema de justiça : os significados da cor em contextos de criminalidade na cidade de Porto Alegre (1935-1941)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Sarah Calvi Amaral
Orientador(a): Xavier, Regina Célia Lima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Cor
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/225989
Resumo: A problemática desta tese consiste em analisar os processos de significação da cor, relativos à construção de perfis criminais em instâncias dos sistemas repressivo e de justiça. Na Porto Alegre dos anos 1930 e 40, normas de regulação da vida de homens e mulheres encontravam nas arenas policiais e judiciárias um conflituoso campo de disputas em torno da classificação de indivíduos e coletividades, cujos comportamentos deveriam ser interpretados segundo conceitos e paradigmas constituídos em uma conjuntura de renovação e ressignificação, referentes a procedimentos técnicos policiais, à Medicina Legal, e ao Direito Penal. Em meio a este processo, a cor, combinada a outros marcadores, figurava entre as categorias utilizadas para identificar e estudar as condutas de réus, rés e vítimas, por parte de profissionais atuantes na Polícia Civil e no Ministério Público. Ao mesmo tempo, a cor perpassava o conjunto de marcadores enunciados pelos próprios sujeitos envolvidos em situações de criminalidade, enquanto forma de identificar, desqualificar e, até mesmo, rebaixar determinadas pessoas seja por sua aparência, seja por seus comportamentos, para além de classificações oficiais emitidas pelas autoridades. Sob essa perspectiva, a cor foi analisada a partir de relações socias cotidianas, localizadas em contextos específicos, como parte de um processo histórico atravessado pelo racismo e suas consequências para o pleno exercício de direitos e de cidadania. Textos de época (livros e revistas especializadas) e processos-crime são a nossa porta de entrada para compreender os caminhos da construção da cor como categoria pertinente à montagem de perfis criminais.