Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Kawata, Ligia Chicareli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100134/tde-26062017-164501/
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Resumo: |
A prática de voluntariado, embora antiga, tem ganhado espaço de uma forma muito distinta das ações de caridade informais e de matizes religiosas que predominavam há até algumas décadas. Imerso em um complexo processo de institucionalização, o voluntariado ganhou novos valores a partir dos anos 90, relacionados à mudança social e à participação política, ao mesmo tempo em que se distanciou cada vez mais da idéia da caridade e do assistencialismo. Neste trabalho, buscamos entender em que medida o engajamento de indivíduos neste novo modelo de voluntariado, sendo ele uma ação coletiva e focada em mudança social, pode contribuir para uma cultura política mais participativa, a partir da formação da consciência política dos voluntários. Escolhemos como estudo de caso a ONG Teto, presente no Brasil, na América Latina e no Caribe, que atualmente representa bem este novo voluntariado como fenômeno social. Com o foco na questão habitacional e com o objetivo de superar a extrema pobreza, a ONG Teto atrai milhares de jovens universitários como voluntários. Assumimos como referencial as reflexões teóricas dos autores da psicologia política e especialmente o modelo Analítico da Consciência Política de Salvador A. M. Sandoval. Assim, buscamos entender, a partir de entrevistas, as dimensões sociais e psicológicas que constituem a consciência política dos voluntários nessa organização, a disposição deles em agirem de acordo com essa consciência e a relação desta com as atividades sociais que eles exercem na ONG. Como resultados, identificamos que ainda há um forte caráter de caridade e assistencialismo na atividade da ONG, mas com grande potencial de formação política dos jovens voluntários, especialmente a partir das vivências nos assentamentos precários. Por outro lado, identificamos pontos que desfavorecem a constituição de uma consciência política mais crítica e que, portanto, fazem com que aquele potencial não seja explorado de forma eficiente. Esses obstáculos relacionam-se principalmente à falta de posicionamento político da ONG, à falta de orientação política aos voluntários, à ausência de questionamentos mais profundos sobre as questões que buscam combater e também ao desencontro entre o discurso de erradicação da pobreza e as ações propostas |