Cidade-negócio e responsabilidade social empresarial: uma análise crítica da ONG Teto e seus financiadores
Ano de defesa: | 2020 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/21603 https://dx.doi.org/10.22409/PPG.2020.m.39409881897 |
Resumo: | A participação das empresas em programas sociais e ambientais faz parte do que se convencionou chamar de responsabilidade social empresarial, ampliando práticas de filantropia e a intervenção em questões que anteriormente eram de responsabilidade exclusiva de governos e do Estado. Este trabalho visou compreender se as empresas parceiras estratégicas da organização não governamental (ONG) Teto, por meio do discurso e da prática de RSE, cumprem o papel de responsáveis por uma mudança social ou se sua atuação no campo social e ambiental contribuiu para um entendimento privatista, apontando para o deslocamento do conceito do espaço (e da cidade) enquanto local de realização da vida para a noção de espaço enquanto matéria-prima do processo de reprodução ampliada do capital, constituindo-se enquanto ferramenta da gestão das tensões espaciais. A Responsabilidade Social Empresarial (RSE) é, desse modo, entendida como uma falsa generosidade, ou seja, uma “generosidade” que tem por intento a manutenção da relação de opressão e dominação. Como procedimentos metodológicos, foram realizadas as seguintes atividades: pesquisa bibliográfica; coleta e sistematização de dados secundários a partir de informações disponíveis no site das empresas sobre os projetos apoiados; e a realização de entrevistas semiestruturadas com três empresas que, entre os anos de 2011 e 2017, contribuíram para o desenvolvimento do trabalho da ONG Teto na condição de “parceira estratégica”. Constatou-se que a questão social entrou no rol da reprodução capitalista, passando a fazer parte de um modelo de negócios, denotando o que mais parece ser uma captura de pautas e políticas sociais, por meio das quais se reforçam os ideais de empreendedorismo, privatismo e mercadificação e que operam a gestão das tensões espaciais, servindo antes ao lucro que à redução da desigualdade ou para a promoção da cidadania. A questão social, como qualquer outra mercadoria, passa a fazer parte de um modelo de negócios como um “negócio social” corroborando para a perspectiva do espaço (e da cidade) enquanto mercadoria |