Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1961 |
Autor(a) principal: |
Mendes, Theodemiro Teixeira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-144150/
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Resumo: |
Parece-nos tão grande a importância do problema das môscas e tão amplos os campos para pesquisas que êle oferece, que encaramos o presente trabalho como uma contribuição muito modesta ao estudo de suas soluções. Tratámos, apenas, sem profundidade, da atração às môscas exercida pelos ingredientes mais comuns das rações, especialmente o melaço de cana. Fizemos, também, uma introdução ao estudo de agentes repelentes e, dentre êstes, os que as circunstâncias permitiram foram experimentados como aditivos às rações de pintos e estudados seus efeitos sôbre os mesmos. São necessárias pesquisas mais amplas e profundas, abrangendo novas substâncias repelentes, principalmente aquelas já estudadas e provadas em laboratórios especializados, pois existem substâncias químicas altamente repelentes à môsca doméstica e capazes de, em testes realizadas em laboratório pelo menos, conservarem-se eficientes por mais de 90 dias. Algumas destas ou outras que se pesquise poderão ser mais eficientes do que as por nós utilizadas. Constituindo as aves adultas-poedeiras e reprodutoras, na maioria das granjas avícolas, a maior parte de sua população, a elas deverão ser extendidas as investigações relativas às môscas. É nos galinheiros de recria, postura e reprodução, e não nos pinteiros, que se concentram os maiores focos de atração, reprodução e disseminação da môsca doméstica. Os inconvenientes do emprêgo do melaço de cana não se restringem ao seu poder atraente às môscas; sabe-se que o mesmo, em determinadas circunstâncias, aumenta o teor em água das fezes das aves que o ingerem. Age assim o melaço como atraente, não só por ser dotado de quimiotropismo positivo mas, também, indiretamente, pois aumentando a umidade das fezes,provavèlmente torna-as mais atraentes às môscas, além de lhes conferir condições especialmente favoráveis à sua proliferação. É fato conhecido que, além do melaço, outros ingredientes das rações ou suas combinações, favorecem uma maior eliminação de água nas fezes, como por exemplo certos concentrados protéicos. A própria quantidade de água ingerida pelas aves influi na umidade de suas fezes, sendo, por sua vez influenciada pela composição da ração e pelo sistema de criação adotado. Feitas as considerações e restrições acima, o trabalho que apresentámos pode ser resumido como segue. Constitui êle o resultado do prosseguimento de investigações que realizámos com óleos de eucalípto, ampliando-as a outras substâncias e aplicando algumas delas, bem como aquêles óleos, na alimentação dos pintos. Considerando que o poder de uma ração atrair môscas decorre da combinação dos odores que se desprendem dos diversos ingredientes que a compõem, investigámos em primeiro lugar, a capacidade atraente de cada um, comparada à do melaço de cana, considerado, a priori, como o mais atraente. Foram estudados 14 dos ingredientes mais empregados nas rações. Investigámos, também, o efeito que produziria a adição à ração de doses crescentes de melaço, sôbre a sua capacidade de atrair môscas. Tendo já sido constatado que os óleos de algumas espécies de eucalíptos, notadamente de Eucalyptus citriodora Hooker, quando adicionados a uma ração melaçada, anulam o efeito quimiotrópico positivo às môscas produzido pelo melaço, foram repetidos os experimentos com êsses óleos essenciais, ampliando-se a pesquisa pelo emprêgo de óleos essenciais de outras plantas, bem como de repelente à base do produto químico dietiltoluamida. Foi assim obtida uma série de índices de repelência de onze substâncias. Entre aquelas que melhor resultado deram, encontra-se o óleo de eucalípto citriodora. Com o fim de verificar a possibilidade prática de emprêgo do óleo de eucalípto citriodora nas rações, realizámos dois experimentos, abrangendo um total de 400 pintos da raça New Hampshire. Dêles resultou a constatação de que sua adição à alimentação dos pintos em nada prejudicou o seu crescimento e a conversão dos alimentos, bem como não aumentou sua mortalidade. Aparentemente houve até um efeito benéfico sôbre o empenamento. Verificámos, ainda, que o óleo de eucalipto citriodora não trouxe qualquer alteração ao odor e ao sabor da carne dos frangos. Anotámos, também, como provável, um efeito anti-hemorrágico de sua aplicação, devido, talvez, à presença no óleo dessa espécie de eucalípto da rutina, denominada anteriormente vitamina P e que é um glicoside já constatado em óleos de outras espécies do mesmo gênero. Realizámos outro experimento com 200 pintos, também da raça New Hampshire, para verificar se os óleos das outras duas espécies de eucalípto, de sassafrás e de café, adicionados à ração no nível em que foram testados como repelentes, produziriam qualquer efeito nocivo. Como resultado, constatámos serem êsses óleos inocuos, em nada afetando os pintos até os 42 dias de idade. Em experimento com perus que se desenvolveu paralelamente aos dos pintos e realizado no mesmo local pelo Prof. A.P. TORRES, e om outras finalidades, foi observado que, em um lote de perus que recebeu 0,1% de óleo de eucalípto citriodora adicionando a uma ração deficiente, não houve despigmentação das penas, principalmente das asas; essa despigmentação ocorreu nos outros tratamentos do mesmo experimento. Se o óleo de eucalipto concorreu para êsse efeito, provàvelmente foi por ter interferido no aproveitamento do ácido pantotênico. Resumido assim o trabalho, resta dizer que nas condições em que o mesmo se realizou, permitiu as seguintes conclusões: (Descrito na Dissertação) |