Risco e vulnerabilidade social à dengue no município de São Luís - Maranhão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Marques, Larissa Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-30112021-213302/
Resumo: Apesar dos inúmeros esforços para controlar o Aedes aegypti, ainda é alarmante o número de pessoas infectadas pela dengue anualmente. A identificação e mapeamento de áreas de risco é uma das formas mais importantes para reduzir a carga da doença. O principal objetivo da pesquisa foi avaliar o risco e a vulnerabilidade social à dengue no município de São Luís - Maranhão, no período de 2007-2017. Para tanto, foram obtidos dados climáticos (temperatura, umidade relativa do ar e precipitação); dados epidemiológicos (casos de dengue); dados entomológicos (Índice de Infestação Predial); e dados socioeconômicos. Foram realizadas análises estatísticas temporais e análises espaciais. Foi aplicado um modelo linear generalizado com distribuição binomial negativa para verificar associações entre as variáveis climáticas e os casos de dengue para o período de 2013 a 2017 e modelos lineares simples e múltiplos para verificar as associações entre as vaiáveis climáticas e o índice de infestação predial. Nas análises espaciais foi realizado o cálculo do Índice de Moran Global univariado para a taxa de incidência da dengue e Moran Local bivariado entre a taxa de incidência da dengue e variáveis socioeconômicas. Também foi aplicada a estatística de varredura espacial para os casos de dengue. Foi calculado o risco relativo no modelo binomial negativo e na análise de varredura. Os casos de dengue ocorreram ao longo de todos os anos, mas os picos da taxa de incidência ocorreram nos primeiros semestres nos meses de março, abril e maio, coincidindo com o período chuvoso e com os meses de maior volume pluviométrico. As variáveis temperatura média, umidade relativa do ar e precipitação foram significativas no nível de 0,01, enquanto a variável estação não foi significativa. A temperatura média apresentou alto risco relativo (RR = 1,986) para a ocorrência dos casos de dengue enquanto a umidade relativa do ar e a precipitação apresentaram tendência de aumento do risco à dengue (RR = 1,071 e 1,004, respectivamente). Foram encontradas associações significativas entre o índice de infestação predial e as variáveis climáticas apenas nos modelos simples, no modelo múltiplo nenhuma variável teve significância estatística. Houve autocorrelação espacial para a taxa de incidência da dengue (análise univariadas) e entre ela e 12 variáveis das subdimensões saneamento, escolaridade e condições de renda (análise bivariada). A dependência espacial mais forte encontrada foi para variável pessoas com renda de meio salário mínimo. Foram identificados agrupamentos de casos de dengue nas duas análises de varredura espacial. Em ambas as análises, o maior risco relativo foi identificado para o mesmo bairro. A zona rural teve agrupamentos para todas as variáveis, tanto nas análises univariadas quanto nas bivariadas. Embora a parte urbana também tenha registrado clusters, o padrão de distribuição nessa área foi irregular e pontual. Infere-se assim que as condições climáticas do município contribuem para o aumento do risco à dengue e que a distribuição espacial da doença não é aleatória. As áreas de maior risco à dengue estão na zona urbana, mas as áreas mais vulneráveis estão na zona rural.