Efeito da manobra de hiperinsuflação manual associada à válvula de PEEP na complacência pulmonar em pós-operatório de cardiopatia congênita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Guimarães, Jéssica Câmara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17144/tde-20062022-152216/
Resumo: Introdução: As cardiopatias congênitas causam alterações na estrutura cardiocirculatória, comprometendo o desempenho cardíaco e 50% dos casos precisam de cirurgia. Pacientes que necessitam de ventilação mecânica invasiva no pós-operatório geralmente apresentam diminuição da complacência pulmonar decorrente do procedimento cirúrgico. A técnica amplamente utilizada na fisioterapia desses pacientes é a hiperinsuflação manual (HM), podendo ser associada à válvula de PEEP para minimizar os efeitos deletérios da desconexão do paciente do ventilador mecânico. Estudos foram realizados com adultos em pós-operatório de cirurgia cardíaca na avaliação da complacência pulmonar com a hiperinsuflação manual associada à válvula de PEEP, entretanto, não há dados em população pediátrica após cirurgia de cardiopatia congênita. Objetivos: Comparar o efeito da aplicação da hiperinsuflação manual com e sem a válvula de PEEP, na complacência dinâmica em pacientes pediátricos submetidos à cirurgia cardíaca para correção de cardiopatias congênitas. Metodologia: Tratase de estudo clínico randomizado controlado, realizado durante o período de novembro de 2019 a novembro de 2021 no CTI pediátrico do HCFMRP-USP com os pacientes em pósoperatório de cardiopatia congênita. Os pacientes elegíveis ao estudo foram randomizados em grupo controle e grupo experimental, sendo os pacientes do grupo controle submetidos à manobra de hiperinsuflação manual sem a válvula de PEEP, uma vez ao dia, durante as primeiras 48 horas pós-operatórias e os pacientes do grupo experimental foram submetidos à HM, com a válvula de PEEP. A cada intervenção eram avaliados a mecânica pulmonar, o índice de saturação de oxigênio e as variáveis hemodinâmicas antes da intervenção e cinco minutos depois da intervenção. Os dados demográficos e clínicos foram coletados dos prontuários dos pacientes. Resultados: Setenta e duas crianças foram internadas no CTI pediátrico em pós-operatório de cardiopatia congênita durante os dois anos do estudo, sendo que 30 participaram do estudo: 14 crianças foram randomizadas ao grupo experimental e 16 ao grupo controle. Destas 30 crianças, 20 eram do sexo masculino e a maioria (n=23, 77%) tinha menos de um ano de idade. As características demográficas e clínicas foram semelhantes em ambos os grupos. Não houve diferença significante na complacência pulmonar dinâmica entre os tempos em cada grupo nem nas médias dos deltas entre os grupos. A proporção de pacientes extubados em menos de 72 horas pós-operatórias foi semelhante nos dois grupos (43% no grupo experimental vs. 50% no grupo controle; p=0,73). Nenhum dos pacientes que participou do estudo teve instabilidade hemodinâmica decorrente da manobra de HM com ou sem a válvula de PEEP. Conclusão: Neste estudo não foi observada diferença significante na complacência pulmonar dinâmica com a manobra de HM com ou sem a válvula de PEEP, nem no tempo de ventilação mecânica entre os grupos. A manobra de HM foi bem tolerada em ambos os grupos.