Pequeninas, pobres e miseráveis no serviço à pátria: a condição de meninas órfãs e vulneráveis na São Paulo pós-abolição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Lígya Esteves Sant\'Anna de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-25112022-164104/
Resumo: Visando identificar e compreender os papéis sociais ocupados por mulheres pobres no cenário social do período pós-abolição, este trabalho se propõe apresentar e discutir a experiência de meninas órfãs e socialmente vulneráveis abrigadas por instituições asilares-educativas na cidade de São Paulo durante a última década do século XIX e primeiras décadas do século XX. Tem como foco investigar possíveis reminiscências da tradição escravista na formação profissional e escolar destas jovens, tendo em vista o peso que a cor de suas peles exerceu sobre a orientação de sua educação. Interessa também identificar os dispositivos de controle social e aprimoramento moral elaborados pela elite da época e executados no campo educacional, visando assegurar a formação de trabalhadoras que atendessem requisitos específicos de \"honra\" e \"civilidade\". Duas instituições foram selecionadas para compor o recorte deste estudo: Asilo de Meninas Órfãs Desamparadas Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga, inaugurado em 1896, e o Educandário Sagrada Família, de 1903. Apesar concebidas por uma mesma figura, o político José Vicente de Azevedo, e funcionarem a proximamente 300 metros de distância, desempenharam funções distintas. A primeira foi direcionada a meninas provenientes de famílias remediadas, e a outra destinada a receber jovens negras. A documentação analisada é majoritariamente pertencente ao âmbito administrativo e escolar das instituições, com de maior ou menor grau de formalidade.