Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Sica, Mariana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-25062021-125844/
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Resumo: |
A presente pesquisa aborda a temática da inclusão de crianças autistas em escolas regulares, a partir da psicanálise. Para tanto, é retomada, num primeiro momento, a noção de estranho-familiar cunhada por Freud, em 1919. Esse termo surge para designar tudo o que é da ordem de um retorno e causa a sensação de estranheza ou angústia, no sujeito, embora já tenha ocupado um lugar anteriormente familiar. Apontamos como a dialética do estranho-familiar é atualizada no laço professor-aluno autista, posto que quando há uma diferença de difícil identificação inicial, esta pode ser inquietante. Tal gramática culmina ou no acolhimento ou no rechaço do estranho-familiar, em suas formas imaginárias. Também pontuamos que a problemática do encontro inquietante com a diferença não é atual e esteve presente em outros momentos da história, desde o início dos processos de escolarização, onde a figuras imaginárias do estranho recaíam sobre outros públicos escolares, como os pobres, trazendo recortes dessa problemática tal como se deu na Europa e posteriormente no Brasil, sedimentando divisões e justificando retrocessos ou processos colonizatórios difíceis de serem transpostos. Com a atualidade dos tempos, outros públicos passam a ocupar esse lugar de incluídos nas escolas hoje, donde destacamos as crianças autistas ou com o diagnóstico TEA (Transtorno do Espectro Autista), que suscitam uma reatualização da inquietante estranheza no laço educativo. Refletimos ainda, que embora essas crianças possam reatualizar a dialética estranho-familiar junto aos educadores, isso não oferece necessariamente impedimentos para que haja uma operação de acolhimento dessa dialética do lado do educador. Para tanto, balizamos nossas reflexões a partir de psicanalistas, como Maleval (2017) que propõe um entendimento da aprendizagem do autista pela via do signo. Por fim, destacamos, de acordo com Mannoni (1973; 1979) e a experiência institucional de Bonneuil que toda experiência educativa suscita uma relação transferencial que evoca o estranho-familiar em maior ou menor grau e que na medida em que a instituição abre espaço à palavra, um processo de simbolização se instaura e o educador pode realizar o trabalho de acolhimento da dialética estranho-familiar (do aluno e de si). |