Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Sugaya, Luísa Shiguemi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-20062023-124723/
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Resumo: |
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade que interfere no funcionamento ou desenvolvimento causando prejuízos sociais, acadêmicos e ocupacionais. Os sintomas comumente têm início nos primeiros anos de vida e apresentam um curso crônico. Ao longo da vida, o TDAH está associado a diversas condições comórbidas, como transtornos disruptivos, transtornos de ansiedade, transtornos de humor, entre outros. A irritabilidade é um sintoma frequente entre indivíduos com TDAH, principalmente entre crianças préescolares, que apresentam imaturidade no processo de regulação emocional. Apesar da relevância da identificação e do tratamento precoce de crianças com TDAH, há importantes questões não respondidas sobre a eficácia das diferentes modalidades de tratamento para crianças pré-escolares, bem como sobre a avaliação de irritabilidade neste momento do desenvolvimento. Assim, esta tese buscou abordar essas lacunas do conhecimento. Para tanto, foram realizados 3 estudos. O primeiro foi o Estudo Mappa, um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, controlado por placebo e controlado por treinamento parental comportamental-sham (TPC-sham), realizado com objetivo de determinar a segurança e eficácia de metilfenidato e treinamento parental comportamental (TPC) por 8 semanas na redução de sintomas de TDAH e na melhora do funcionamento global em crianças pré-escolares. Adicionalmente, foi realizada uma revisão sistemática e meta-análise com o objetivo de sintetizar as evidências disponíveis sobre a eficácia e aceitabilidade do uso de estimulantes nesta população. Por fim, devido à falta de instrumentos destinados a avaliação de irritabilidade em crianças pré-escolares traduzidos para o português, foi realizado um estudo de validação da escala Affective Reactivity Index (ARI) em duas amostras de crianças pré-escolares brasileiras: uma amostra escolar e uma amostra clínica de crianças com TDAH. Para o Estudo Mappa, 153 crianças de 3-5 anos com TDAH foram randomizadas igualmente entre três grupos (1:1:1): metilfenidato +TPCsham, placebo + TPC e placebo + TPC-sham. Somente 9 crianças descontinuaram o tratamento, nenhuma delas devido a eventos adversos. Todos os participantes foram incluídos nas análises por intenção de tratamento. Os resultados demostraram que metilfenidato é eficaz para reduzir sintomas de TDAH (TE=-0,55) e melhorar o funcionamento global (TE=0,80) enquanto o TPC é eficaz para melhorar o funcionamento global (TE=0,56). Análises de desfechos secundários também mostraram que metilfenidato melhora a performance em testes cognitivos de atenção, enquanto TPC reduz irritabilidade. A revisão sistemática incluiu 5 ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos e a meta-análise demonstrou que o uso de estimulantes reduz sintomas de TDAH (TE=-0,59), corroborando os achados do Estudo Mappa. Os resultados do estudo de validação da escala ARI indicaram adequada validade e confiabilidade na avaliação de crianças pré-escolares, possibilitando seu uso para esta faixa etária. O conjunto de estudos desta tese aponta para a eficácia e segurança de estimulantes na redução dos sintomas de TDAH e para efeitos específicos das duas modalidades de tratamento em desfechos secundários. Assim, contribui para a tomada de decisão clínica e para a formulação de diretrizes de tratamento. E contribui para o avanço do conhecimento e a realização de novas pesquisas sobre o TDAH na idade pré-escolar |