Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Pilatti, Caroline Drehmer |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-20012023-124509/
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Resumo: |
Os transtornos neuropsiquiátricos acometem cerca de 13% das crianças e adolescentes em todo o mundo e estima-se que 2% a 6% das crianças norteamericanas em idade pré-escolar preenchem os critérios para o diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Este transtorno é caracterizado por um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais frequente e intenso do que aquele apresentado por indivíduos de nível equivalente de desenvolvimento. Se por um lado o Treinamento Parental Comportamental (TPC) é o tratamento de primeira linha e eficaz sobre a parentalidade e a qualidade das interações entre pais e filhos, mas não sobre os sintomas primários de TDAH em avaliações cegas, medicamentos psicoestimulantes como o metilfenidato (MFD) são eficazes sobre os sintomas em crianças em idade escolar, no entanto podem apresentar efeitos adversos sobre o sono e o apetite e por isso são indicados para pré-escolares apenas quando a gravidade dos sintomas persiste. Diferentes desfechos e a heterogeneidade dos procedimentos metodológicos nas pesquisas representam uma barreira para a definição do tratamento mais indicado para crianças pré-escolares. Este ensaio clínico randomizado, duplo-cego, controlado por placebo e por treinamento parental comportamental sham comparou as intervenções nos subgrupos MFD + TPC sham, placebo + TPC e placebo + TPC sham para o tratamento de crianças pré-escolares com TDAH. O objetivo foi avaliar, através da observação estruturada, os efeitos do TPC e do MFD sobre os comportamentos de pais de crianças pré-escolares com TDAH. Os objetivos específicos foram identificar se as mudanças nos comportamentos dos pais foram relatadas em escalas de parentalidade autopreenchidas, se variáveis dos pais (depressão, TDAH, QI e relacionamento marital) influenciaram na possível mudança dos comportamentos dos pais e se a mudança comportamental dos pais alterou os sintomas de TDAH dos filhos, em cada um dos grupos. No total, 153 crianças com idade entre 47 e 71 meses e diagnóstico de TDAH e os respectivos responsáveis/pais foram randomizadas para os 3 grupos. Identificou-se que os pais do grupo MDF emitiram menos atentar (Dif. Média -2.64, IC 95%: -4.28, -0.99; p<0.05) e comandos beta (Dif. Média 11.98, IC 95%: -14.55, -9.41; p<0.05) e os pais do TPC+PLB emitiram mais atentar (Dif. Média 7.56, IC 95%: 3.99, 11.12; p<0.05), recompensar (Dif. Média 4.20, IC 95%: 2.70, 5,70; p<0.05) e pausa (Dif. Média 0.09, IC 95%: 0.00, 0.18; p<0.05), e menos questões (Dif. Média -6.11, IC 95%: -8.88, -3.34; p<0.05) e comandos beta (Dif. Média -9.82, IC 95%: -12.51, -7.13; p<0.05). Esses dados são coerentes com os comportamentos ensinadas no TPC e a comparação entre os grupos permite identificar que as mudanças se devem à intervenção TPC. Houve correlação positiva entre satisfação e a emissão do comportamento de atentar dos pais (rs: 0.27, p=0.01) e correlação negativa entre eficácia e a emissão de questões (rs: -0.29, p=0.01) por parte dos pais, ambas medidas pela PSOC. O aumento da emissão de questões está relacionado com maior inconsistência (rs: 0.14, p=0.01) e hostilidade (rs: 0.19, p=0.02), e os comandos beta (rs: 0.19, p=0.03) e avisos (rs: 0.19, p=0.03) também se correlacionaram positivamente com hostilidade, pela escala PS. Ainda, a escala PPS correlacionou negativamente a emissão de questões (rs: -0.19, p=0.03) a práticas parentais positivas. Nenhuma variável preditora foi associada à mudança de comportamentos dos pais e a mudança dos comportamentos dos pais não foi associada a mudanças nos sintomas de TDAH das crianças. Este estudo sugere que os instrumentos observação estruturada e escalas, apesar de correlações, identificam variáveis distintas e com isso seu uso em conjunto torna as avaliações mais precisas e que o TPC é eficaz em mudar os comportamentos dos pais e melhorar a percepção de parentalidade, mas isso não se traduz na melhora de sintomas de TDAH dos filhos |