Efeito da calpeptina na inibição de vesículas extracelulares em carcinoma de células renais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ferreira, Francielle Belinelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-26072024-134426/
Resumo: O carcinoma de células renais (CCR) acomete o sistema renal e possui alto grau de malignidade. Dentre os subtipos de CCR, o de células claras (ccCCR) é o mais frequente e de difícil diagnóstico. As calpaínas são enzimas encontradas no citosol da célula que dependem do influxo de cálcio para serem ativadas, desempenhando funções fisiológicas e patológicas. No contexto tumoral, as calpaínas participam de processos como a migração celular, invasão e progressão do câncer. O aumento da expressão dessas enzimas está relacionado a ativação de proteínas do citoesqueleto que contribuem para a síntese e liberação de vesículas extracelulares (VEs). As VEs atuam como importantes mediadores da comunicação celular, que quando liberadas pelas células tumorais, atuam no microambiente tumoral (MAT) ocasionando a subversão da resposta imunológica e favorecendo a metástase, consequentemente influenciando na resistência às terapias antitumorais. O uso da calpeptina como inibidor de calpaína controla os níveis de calpaína, diminuindo a migração, invasão, produção de VEs e, em alguns casos, levando a apoptose celular. Entretanto, o uso desse inibidor ainda não foi testado no CCR. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da calpeptina na inibição da produção de VEs da linhagem 769-P de ccCCR e verificar a resposta de macrófagos frente ao estímulo da calpeptina e das VEs tumorais. Os resultados demonstraram que a calpeptina não interfere na sobrevivência e proliferação das células de ccCCR, contudo quando utilizada na concentração de 20 µM, interfere na atividade de migração das células. Diferentes concentrações foram testadas para avaliar a capacidade do fármaco de inibir a produção de VEs tumorais, sendo observado que na concentração de 20 uM o inibidor diminuiu em 70% a síntese de VEs pelas células de câncer renal. Além disso, os nossos resultados sugerem que a calpeptina não atua apenas na biogênese de microvesículas, como também na produção de exossomos, devido a redução da expressão de proteínas associadas a essa via. Por fim, avaliamos in vitro a atividade da calpeptina e das VEs em macrófagos humanos da linhagem THP-1. A partir desse experimento observamos que tanto o inibidor quanto as VEs que receberam o tratamento não foram capazes de induzir uma resposta significativa na produção de citocinas, porém, o uso da calpeptina fez com que uma menor expressão do gene RETNLB (Fizz1) fosse observada, em relação ao tratamento com VEs. Esse marcador está associado ao fenótipo M2 em macrófagos. Dessa forma, sugerimos que a calpeptina possui potencial como uma nova estratégia terapêutica para o tratamento de CCR e, pode estar envolvida em mecanismos relacionados a progressão tumoral, contudo mais testes devem ser realizados para confirmação dessa aplicação.