Escrevendo a lápis de cor: infância e história na escritura de Guimarães Rosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Rodrigues, Camila
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-08012015-181751/
Resumo: Pensando nas relações entre História e Literatura, propomos uma consideração acerca da escritura, compreendida como um elemento da construção ficcional que atua como instância mediadora, relevando as questões em torno da ficcionalidade enquanto um operador que nos permite contemplar certos procedimentos rosianos dentre os quais, por exemplo, o fato de o autor utilizar o lápis de cor , a fim de destacar a função transitória e imaginativa do texto, aspecto que inspirou o título desta tese. Durante a década de 1960, a escritura de João Guimarães Rosa começou a ganhar novos tons em relação à produção que tinha sido publicada até então, visto que ele passou a escrever textos mais curtos, com linguagem mais condensada, desenvolvendo o que ele denominou de Estórias. Como gênero narrativo curto, próximo da anedota, as estórias contrapõem-se diretamente à grande narrativa da História, já que nelas as noções de tempo e de direção, assumidas pela historiografia tradicional, são sempre postas em xeque, sendo que tal questionamento pode aparecer através da proximidade com alguns temas que também são contrários à perspectiva linear, tal como a infância. Visando tanto problematizar essas instâncias como nos aproximar da própria construção da escritura rosiana, além de publicações de Rosa como algumas estórias selecionadas e a correspondência desenhada que manteve com a neta de pouca idade Vera Ooó , foi consultado especialmente o conteúdo do acervo do autor disponível nos arquivos do IEB e da Fundação Casa de Rui Barbosa, notadamente os seus Cadernos manuscritos, nos quais foram flagradas diversas referências à infância e à maneira das crianças lidarem com a linguagem, aspecto que nos permitiu visualizar imagens difusas da ligação entre infância e História naquela escritura