Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Rivitti, Fernanda Yazbek |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-08032021-200903/
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Resumo: |
Este é um estudo sobre as figurações literárias dos infantes na obra de João Guimarães Rosa. Partindo do pressuposto de que estas personagens apresentam uma forma outra de ser que se articula, em mais de um aspecto, ao universo rosiano e à própria poética do autor, elegeram-se como eixo analítico quatro protagonistas de cinco contos rosianos: Dja/Iaí, de \"Tresaventura\"; Nhinhinha, de \"A Menina de Lá\"; Brejeirinha, de \"Partida do Audaz Navegante\" e o Menino, de \"As margens da alegria\" e \"Os cimos\". O estudo parte da contextualização histórica de sentimento da infância, segundo Philippe Ariès, para sondar perspectivas de carência e potência na figuração literária dos infantes, e convoca conceitos da psicanálise e filosofia a respeito da forma de existência infantil para dar lastro a sua representação pela literatura rosiana. De um olhar vertical para os contos e seus protagonistas e um olhar transversal que os atravessa comparativamente, emergiram os temas e imagens que compõem essa forma de existência bem como suas afinidades e ressonâncias com alguns dos grandes temas rosianos: a coincidência dos opostos e o princípio da reversibilidade/mobilidade, que desafiam a lógica linear e o pensamento cartesiano; a relação com a linguagem enquanto elemento móvel, plástico, metafísico porque genesíaco em sua capacidade de reinaugurar o mundo; a face lúdica e criativa da existência, a Graça em suas muitas acepções. Falta e potência tensionam o campo da infância e também constituem a vivência infante em sua articulação com as condições do sertão rosiano, sendo mais uma face do tema proposto. Explora-se a proximidade dos infantes à Origem, conceito delineado a partir de perspectivas sociológicas, psicanalíticas e antropológicas, que os torna \"originários\" e \"originais\", imprimindo-lhes uma anterioridade de ser que se faz plena em si mesma e configura sua relação com o mundo e a linguagem na contramão do pensamento hegemônico, em lógica aparentemente \"desarrazoada\", antes participativa do que analítica, elucidando também seu parentesco com os primitivos, caboclos e sertanejos. No último capítulo, são convocados personagens adultos que comungam de aspectos dessa existência infante, corroborando a ideia de que ela, mesmo radicada na fase inicial da biografia humana, permeia nosso vir a ser. |