O indizível no cinema de Heinz Emigholz 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Fontenelle, Romullo Baratto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16132/tde-13062017-111942/
Resumo: Este trabalho tem como objetivo situar a obra cinematográfica de Heinz Emigholz dentro do campo de sobreposições entre o cinema e a arquitetura, tomando como objeto de análise o filme Loos Ornamental (2008). Para isso, traça-se um panorama dos pontos de contato entre as disciplinas, com início na análise do historiador Auguste Choisy sobre o movimento do observador na Acrópole de Atenas para chegar aos conceitos de montagem, de Sergei Eisenstein, e de promenade architecturale, de Le Corbusier. A partir da ideia de movimento proporcionada tanto pelo cinema como pela arquitetura, o trabalho aborda os aspectos hápticos dos dois campos; Walter Benjamin e Juhani Pallasmaa oferecem aporte à discussão, lançando luz sobre a habilidade do cinema de deslocar o observador para dentro do filme, fazendo-o experienciar o espaço fílmico não apenas com seus olhos, mas também com seu corpo. O trabalho segue com uma apresentação da série de filmes de Emigholz dedicada à arquitetura, intitulada Arquitetura como autobiografia, e passa, então, à análise do filme Loos Ornamental a partir das bases teóricas enunciadas no primeiro capítulo e da decupagem de três sequências inteiras do filme através da reconstituição em planta dos posicionamentos de câmera e possíveis percursos nas obras filmadas. Observa-se que a abordagem técnica e estética do cineasta em relação aos edifícios de Adolf Loos foge de um resultado documental e oferece uma transposição poética da arquitetura à linguagem cinematográfica, incorporando duas ideias fundamentais da obra construída e escrita de Loos: o Raumplan e a renúncia ao ornamento e subsequente atenção aos materiais e superfícies.