Resumo: |
As informações em saúde constituem recursos primordiais para o desenvolvimento do conhecimento e para a inovação em saúde, sendo essenciais para guiar as políticas, o planejamento, a avaliação e subsidiar o processo decisório. O objetivo geral do estudo foi analisar a utilização dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS) no processo de tomada de decisão pela gestão da saúde em municípios do sul da Bahia. Utilizou-se como referencial teórico a Gestão do Conhecimento, que possui como foco a estruturação de pessoas, processos e tecnologia para o alcance dos objetivos organizacionais. Trata-se de um estudo qualitativo, cujos sujeitos foram 16 secretários de saúde. Os dados foram coletados através de entrevista semi-estruturada e de formulário com roteiro aplicado a documentos, ambos submetidos à técnica de análise de conteúdo, modalidade temática. Dois temas emergiram das análises: \"A Gestão em Saúde: um olhar na perspectiva do uso dos SIS\", dividido em três subtemas inerentes às dimensões Pessoa, Processo e Tecnologia. A segunda unidade temática, \"O uso dos SIS pela gestão da saúde: o contexto de documentos\", concentrou-se na análise de documentos e foi dividida em duas subcategorias: \"A potência do uso dos SIS para nortear as análises da situação de saúde: desafios para a gestão\" e \"Os distintos atores estão empoderados pelas Informações para a priorização de problemas e para a tomada de decisão?\". Os principais resultados das subcategorias foram os seguintes: a dimensão pessoa apontou que os gestores não utilizam todo potencial dos SIS; há o envolvimento de diversos atores na decisão e, em contraponto, os gestores enfatizaram o papel cartorial dos conselhos; os gestores possuem experiência acumulada para tomada de decisão; há número reduzido de qualificações para utilização dos SIS. A subcategoria processo evidenciou que gestões buscam implementar inovação, mesmo que de forma incipiente, e que há um déficit na estrutura e em certos recursos para que os SIS possam funcionar bem. A subcategoria Tecnologia destacou os vários SIS utilizados na prática cotidiana. Alguns gestores sinalizaram dificuldade quando ocorre a implantação de um sistema novo; um dos obstáculos enfrentados é o acesso à Internet. O primeiro subtema da análise documental apontou alguns dos SIS mais evidenciados pelos documentos: SIAB, SIM, SI-PNI. As análises empreendidas pelos municípios revelaram uso de números absolutos e indicadores tradicionais. Antes da implantação do SARGSUS, todos os Relatórios de Gestão usaram ao menos cinco SIS para as análises, e após uso, três. No contexto dos Projetos dos NASF, apenas um município usou mais de quatro SIS, com ênfase no SIAB. O segundo subtema da segunda categoria revelou que os conselhos pouco aparecem nas equipes de elaboração dos documentos, embora haja registros da aprovação pelos conselheiros. Assim, concluímos que a gestão da saúde deve buscar métodos inovadores para uma prática mais implicada e transformadora. Devem-se ultrapassar os limites das informações puramente técnicas para a tomada de decisão, como forma de alcançar um conhecimento inscrito no diálogo e em saberes de distintos atores, possibilitando, enfim, ressignificações da informação e do conhecimento que contribuam para a sua utilização em diferentes situações |
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