Bloqueio dos nervos ciático e femoral em gatos: avaliação da dispersão da bupivacaína sob ressonância nuclear magnética e avaliação dos efeitos antinociceptivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Evangelista, Marina Cayetano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-19092016-155909/
Resumo: Os bloqueios perineurais são práticos, efetivos e amplamente utilizados para o manejo da dor perioperatória, porém os estudos em gatos são escassos. O objetivo do estudo era avaliar a dispersão da bupivacaína por meio do emprego da ressonância magnética (RM) em relação aos nervos ciático (NC) e femoral (NF) e avaliar a exequibilidade, eficácia e duração dos bloqueios dos mesmos, realizados com a bupivacaína isolada ou em associação com dexmedetomidina ou buprenorfina. Na primeira fase do estudo seis gatos adultos foram submetidos ao exame de RM sob anestesia geral com isoflurano. Foram obtidas imagens dos membros pélvicos nos planos sagital e transverso. Os bloqueios NC e NF guiados por um estimulador de nervos foram realizados com bupivacaína 0,5 % (0,1 mL/kg por ponto). As sequências da RM foram repetidas após cada bloqueio e as imagens analisadas de acordo com a distribuição (1; em contato com nervo ou 0; sem contato com o nervo alvo), localização da bupivacaína e presença ou ausência de hematoma e lesões nervosas. Na segunda fase do estudo, seis gatos adultos foram sedados com dexmedetomidina (25 &micro;g/kg) e receberam os bloqueios NC e NF com 0,1 mL/kg de um dos tratamentos: salina 0,9% (CONTROLE), bupivacaína (0,46%; BUPI), bupivacaína e dexmedetomidina (1 &micro;g/kg; BUPI-DEX) ou bupivacaína e buprenorfina (2,5 &micro;g/kg; BUPI-BUPRE). A sedação foi revertida com atipamezole (250 &micro;g/kg). Os escores de sedação, limiar de retirada do membro, capacidade de deambulação e resposta ao pinçamento digital foram avaliados até 24 horas após os bloqueios. De acordo com as imagens da RM, cinco de seis injeções do NC tiveram escore 1. O comprimento do NC em contato com a bupivacaína foi 25 ± 11 mm. Todas as injeções do NF tiveram escore 1. Em uma das injeções, a bupivacaína foi depositada distal à bifurcação do NF e do nervo safeno, apenas sobre o ramo motor do NF. Não foram observadas lesões nervosas e hemorragias. A técnica promoveu uma dispersão adequada e o volume foi considerado suficiente. Variações quanto à localização e distribuição do injetado poderiam explicar diferenças no bloqueio motor e sensitivo no contexto clínico. Todos os animais tratados com anestésico local demonstraram diminuição na função motora e alterações na antinocicepção. A capacidade de deambulação foi reduzida no tratamento BUPI de 30 min a 2 horas, no BUPI-DEX entre 1 e 2 horas e no BUPIBUPRE às 2h (p < 0,05). O bloqueio motor foi observado entre 1 e 3 horas. A analgesia, determinada pelo limiar de retirada do membro no tratamento BUPI foi maior de 1 a 6 horas em relação ao CONTROLE (p < 0,05) e atingiu valores acima de 2,4 N de 1 a 4 horas nos tratamentos BUPI-DEX e BUPI-BUPRE e de 1 a 8 horas nos animais que receberam o tratamento BUPI. As doses de buprenorfina e dexmedetomidina utilizadas como adjuvantes não aumentaram a magnitude e duração dos bloqueios dos NC e NF em gatos