Mobilização de reservas durante a germinação e estabelecimento plântulas de Macrolobium acaciifolium Benth. (Leguminosae) e seu papel na adaptação aos pulsos de alagamento na Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ribeiro, Rayane de Tasso Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-11072014-095300/
Resumo: Planícies amazônicas alagáveis apresentam espécies arbóreas que estão sujeitas a um pulso de inundação proveniente das chuvas anuais. Muitas destas espécies apresentam estratégias de adaptação ao alagamento, germinando suas sementes e estabelecendo as plântulas antes do próximo período de cheia. Este é o caso de Macrolobium acaciifolium (Benth) Leguminosae (Caesalpinoideae), que ocorre nas cotas altitudinais mais altas das várzeas e igapós amazônicos. Neste trabalho, pela primeira vez foi caracterizado o sistema de mobilização de reservas ao longo do período de germinação e estabelecimento das plântulas de M. acaciifolium, com o objetivo de compreender os mecanismos fisiológicos e bioquímicos relacionados à sua estratégia em face à inundação. O experimento teve duração de 56 dias, nos quais foram realizadas coletas destrutivas e análises não-destrutivas de sementes e de diferentes partes das plântulas para análises de crescimento, fotossíntese, carboidratos não estruturais (frutose, glucose, sacarose e amido), xiloglucano de reserva e análises citoquímicas correspondentes à detecção de proteínas, amido e xiloglucano de reserva. Após análises citoquímicas e de açúcares, é reportado pela primeira vez na literatura científica, a existência de uma semente que acumula simultaneamente amido e xiloglucano de reserva na parede celular. Não foi observada a presença de corpos protéicos, que é uma característica comum de armazenamento de nitrogênio em sementes de Leguminosae, o que indica que a plântula provavelmente estabelece a assimilação de nitrogênio pelas raízes ao invés de armazenar e mobilizar reservas para isto. Nas sementes de M.acaciifolium xiloglucano e amido juntos perfazem 21,6% da massa da semente quiescente. No início da germinação, parte do amido é degradado e há um aumento concomitante de xiloglucano que leva a um equilíbrio entre as duas reservas. Dos 10 aos 14 dias após a embebição (DAE), o amido dos cotilédones é exaurido com concomitante desenvolvimento das raízes e do caule das plântulas. A partir de 20 DAE, o xiloglucano passa a ser degradado e a mobilização ocorre sem alterações na estrutura do polissacarídeo na parede celular e simultâneo acúmulo transitório de galactose, glucose, xilose e amido. Os produtos de degradação do xiloglucano levam à produção de folhas e ao estabelecimento da fotossíntese. As observações feitas neste trabalho sugerem que M. acaciifolium apresenta mecanismos de adaptação aos pulsos de inundação da Amazônia durante o processo de germinação e estabelecimento das plântulas