Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Rios, Hernan Sanchez |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-22012018-103913/
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Resumo: |
A tese estabelece relações entre processos inferenciais e alteridade que emergem nas narrativas de crianças indígenas, com idades entre quatro e seis anos, quando dialogam com mães comunitárias a respeito do mito Madre Ñame da cultura Wounaam-nonam. Os capítulos teóricos referem-se ao CSC como uma abordagem que articula os seguintes aspectos centrais deste estudo: primeiro, os processos inferenciais no reconhecimento das diferentes perspectivas que se manifestam na relação eu-outro-mundo (Valsiner, 2007); segundo, a experiência inquietante do encontro com o outro como alteridade, na relação eu-outromundo, a partir de uma perspectiva dialógica (Marková, 2003; Simão, 2010); e, por último, os mitos no ciclo cultura-indivíduo-cultura (Boesch, 1991, Valsiner, 2007, 2013). Esta pesquisa qualitativa e descritiva apresenta; 1) A análise hermenêutica das representações sociais que surgem das entrevistas de três líderes comunitários acerca das implicações de ser ou não ser Wounaam-nonam. Na dialogia cultura pessoal e cultura coletiva as representações sociais são o enquadre simbólico que atribui sentido à presença do outro, estranho, diferente e estrangeiro, como alteridade. 2) A análise hermenêutica fenomenológica do mito Madre Ñame da cultura indígena Wounaan-nonam, que destaca, na versão do líder comunitário Juan Perdiz, um conjunto de mitemas acerca da origem do inhame; da vida que não tem uma interrupção com a morte; do triunfo dos Wounaam-nonam sobre os perigos trazidos por outrem; da função social de proteção que garante a sobrevivência das crianças; e das tensões na relação eu-outro-mundo, trazidas pelo outro, o estrangeiro. 3) A análise dialógica das modalidades de interação verbal de uma mãe comunitária com uma criança de seis anos sobre assuntos referentes ao mito e que dizem respeito a barreiras e fronteiras de comunicação na relação eu-outro-mundo. 4) A análise micro-genética dos processos inferenciais abdutivos, dedutivos e indutivos nos planos denotativo ou conotativo, dos quais uma criança Wounaam-nonam se vale durante a conversa com a mãe comunitária a respeito do mito Madre Ñame. E 5) a análise do mito na busca da perspectiva do outro a qual apresenta a articulação entre inferência, alteridade e mito, a partir das respostas de uma criança de seis anos. São as categorias conceituais atribuição de estados psicológicos a outrem e caráter de alteridade que torna mais complexo o encontro com o outro, diferente, estranho ou estrangeiro que permitem esta articulação. Desta maneira, no contexto das conversas, a criança apresenta diferentes sentidos atribuídos à Madre Ñame: ora um personagem que é humano e animal; ora um estrangeiro que traz desconforto para as famílias e bem-estar para a comunidade; ou, ainda, um cuidador que protege, mas ao mesmo tempo destrói |