Alteridade, desrazão e futuridade na experiência da criação artística: iluminações poéticas para a Psicologia cultural a partir de Rimbaud

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Leão, Maria Eloisa do Amaral
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-07102016-174002/
Resumo: Este estudo tem a intenção de apontar e discutir algumas possíveis articulações teórico-metodológicas e estéticas entre a psicologia cultural, a filosofia e a poesia em torno das no-ções de alteridade, dualismos e futuridade a partir de três enunciados do poeta francês Arthur Rimbaud (1854-1891) extraídos das suas Cartas do Vidente e tomados como iluminações de sua perspectiva poético-visionária para a perspectiva teórico-metodológica do construtivismo semiótico-cultural em psicologia (Simão, 2010). Visando expressar a pluralidade de experiên-cias no campo complexo das relações dialógicas de alteridade Eu-Outro-Mundo-caótico, a pesquisa é construída esteticamente como um mosaico, com base na filosofia de mosaico de William James e na polifonia de vozes de Mikhail Bakhtin, e constituída de três partes teóri-cas e uma experimental. Nas três partes teóricas, os enunciados rimbaudianos Eu é um outro, Racional desregramento de todos os sentidos e A poesia não marcará mais o ritmo da ação; ela estará na frente são endereçados, respectivamente, às noções de enunciado, dialogismo e polifonia de Mikhail Bakhtin, dos fatos afetivos ambíguos num mundo de experiência pura do empirismo radical de William James, e de futuridade em Jaan Valsiner. Na quarta parte, de-senvolveu-se a experimência (experimento+experiência) Andarilha sem razão e seus outros corpos-selves, originária da conjunção entre as linguagens teórico-metodológica e poética. Na tentativa de articular o dualismo razão-desrazão através da ambiguidade, é elaborada a noção de razão da desrazão. Rimbaud foi um poeta-visionário, renovador da poesia, andarilho-errante e migrante de espaços geográficos, corporais e mentais. Sua obra agenciou e ainda agencia amplamente a literatura, a filosofia, as artes visuais, o cinema, a música e a psicologia dos séculos XX e XXI. Trazê-la para o âmbito da psicologia e da filosofia é fazer da poesia uma interlocutora dos diálogos, debates e estudos de temas pertinentes àqueles dois campos do conhecimento