Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Curioni, Otávio Alberto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-29012009-144143/
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Resumo: |
O carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço (CECP) é considerado um dos tumores mais freqüentes em países em desenvolvimento, detectado quase sempre em estádios mais avançados, com poucas opções eficazes de tratamento, o que diminui a taxa de sobrevida para cinco anos em 50%. Os principais fatores de risco associados são consumo de tabaco e de álcool, seguidos da dieta e infecções virais. Não parecem existir até o momento métodos de vigilância, biomarcadores moleculares ou quimioprevenção que tenham se mostrado eficientes. A identificação de polimorfismos em genes de metabolização do tabaco e do álcool tem sido sugerida na busca de marcadores de susceptibilidade individual ao CECP. Dentre as enzimas envolvidos na fase I de metabolização incluem-se as da família do citocromo P450 (CYPs) e da fase II de metabolização as enzimas glutationa S-transferases (GSTs). Incluem-se também os polimorfismos em genes de reparo que podem alterar o risco para desenvolvimento CECP, sobretudo nos indivíduos consumidores de álcool e tabaco. Polimorfismos em CYPs e GSTs podem alterar a dinâmica de metabolização e excreção de carcinógenos aumentando o risco de mutações como adutos de DNA e conseqüentemente o câncer. No presente estudo foram avaliados polimorfismos em genes da fase I (CYP1A1 MspI, CYP2E1 PstI) da fase II (GSTM1, GSTT1, GSTP1 BsmA) e no gene de reparo XRCC1, em 207 pacientes portadores de CECP, dos quais 92 (44%) com carcinoma epidermóide da cavidade bucal (CECB), e em 244 controles, selecionados no mesmo hospital. A identificação dos polimorfismos a partir do DNA de linfócitos periféricos dos pacientes e controles (PCR-RFLP) revelou maior freqüência do genótipo GSTM1 nulo em pacientes com CECP (53,2%) quando comparados aos controles (37,7%), aumentando em aproximadamente cinco vezes o risco da doença (OR = 4,75; IC 95%, 3,06-7,40). Resultados semelhantes para o genótipo GSTM1 nulo foram encontrados nos casos de CECB (OR = 2,15; IC 95%, 1,28-3,6). Verificou-se também aumento no risco de CECB com o genótipo XRCC1-194Trp (OR = 2,33; IC 95%, 1,08-4,98) e proteção associada ao genótipo XRCC1-399Gln (OR, 0.35; IC 95%, 0.12-0.96) que foi mais prevalente nos controles do que nos pacientes com CECB. A presença simultânea de dois genes desfavoráveis (associação gene-gene) aumentou em torno de duas vezes o risco de CECB quando associados GSTM1-CYP1A1 (OR=1,93; IC 95%, 1,1-3,3), GSTM1-CYP2E1 (OR=2,2; IC 95%, 1,36-3,87), GSTM1-XRCC1-194 (OR=2,44; IC 95%, 1,44-4,14) e CYP2E1-XRCC1-194 (OR=2,0; IC 95%, 1,1 3,62). Quando considerada na análise a interação gene-ambiente verificamos que pacientes com CECB que consumiam acima de 39 maços/ano tinham risco aumentado de câncer associado aos genótipos GSTP1 BmsA (OR = 5,0; IC 95%, 1,9 -12,4) e acima de 20 maços/ano com o genótipo CYP1A1MstI (OR = 53,7; IC 95%, 1,0 -14,2). Por outro lado, o consumo acima de 30 g/l/d, associado ao genótipo XRCC1-194 aumentou oito vezes o risco de CECB (OR = 8,8,; IC 95%, 1,3-45,7) e o genótipo XRCC1-399 parece ter sido um fator de proteção ao CECB mesmo com consumo de álcool acima de 5 a 30 g/l/d (OR = 0,1; IC 95%, 0,03 0,7). Os resultados obtidos parecem sugerir uma contribuição dos polimorfismos genéticos de metabolização do álcool e do tabaco no risco de CECP e da cavidade bucal. A identificação de marcadores genéticos de suscetibilidade individual ao câncer pode auxiliar o médico na indicação de medidas de prevenção e de controle no acompanhamento de pacientes ou da população de risco ao CECP, principalmente fumantes e alcoolistas crônicos. |