A institucionalização e profissionalização da formação em filosofia em universidades do Nordeste

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Loureiro, Maria Dulcinéa da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-29012009-170022/
Resumo: Esta tese tem como objeto o processo de institucionalização e profissionalização da Filosofia em Universidades do Nordeste, a partir da análise dos documentos que regulamentam os cursos de graduação em Filosofia no país e das trajetórias dos cursos de Filosofia das seguintes instituições: Universidade Estadual do Ceará UECE, Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Universidade Federal da Bahia - UFBA e Universidade Federal de Pernambuco UFPE. O objetivo deste trabalho é compreender a estruturação, a concepção de filosofia e o processo de formação nesses cursos. Foram realizadas visitas às instituições para consulta aos documentos dos cursos (decretos, pareceres, propostas de reformulação, grades curriculares, projetos pedagógicos, artigos, etc.) e realização de entrevistas com coordenadores e professores. Objetivamos problematizar a concepção de formação que se consolidou no Brasil tendo como eixo a história da filosofia; para tanto refletimos sobre a origem da filosofia no Brasil a fim de melhor compreender como é assimilada e resignificada. Em seguida discutimos o processo de profissionalização, ou seja, a formação do filósofo e do professor de filosofia. A compreensão desta problemática conduziu-nos a uma reflexão a respeito do pensamento de Kant, Hegel, Shopenhauer, Nietzsche, Severino, Vaz, Paim, Sousa, Ribeiro, Leopoldo e Silva, Cerqueira, dentre outros. Concluímos que, à medida que se consolida o processo de institucionalização e profissionalização da filosofia, com a tradição historiográfica, há um arrefecimento do discurso de formação do filósofo, que passa a ser substituído pelo discurso da formação do profissional de filosofia, do pesquisador em filosofia, aquele que domina a história da filosofia, é capaz de ler e explicar os clássicos. O profissional que deve se adequar às necessidades do mercado de trabalho. Neste sentido, assume-se de forma subliminar a dificuldade de se formar o filósofo num curso de graduação, evidenciando uma crise no Bacharelado. Na trajetória destes cursos a formação do professor de filosofia não é enfrentada filosoficamente. Entretanto, mesmo que não possamos dizer que esta realidade esteja efetivamente mudando, podemos afirmar que, pelo menos no plano do discurso, materializado nas Diretrizes para a Licenciatura e nos projetos de reformulação dos cursos pesquisados, há a preocupação em defender a indissociabilidade entre a pesquisa e a docência e a necessidade da formação de um professor crítico. Neste sentido, concluímos que já se delineia um espaço de reflexão que poderá suscitar novas formas de se pensar e organizar a docência em Filosofia, embora a formação em Filosofia, tanto do filósofo quanto do professor em Filosofia, ainda precisa ser repensada.