As raízes das desigualdades em saúde no Brasil e a produção científica no campo da Saúde Coletiva: uma revisão de escopo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Fraga, Felipe Daiko
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-18102021-171829/
Resumo: Tendo em vista as profundas desigualdades no Brasil e a ausência de consenso teórico-metodológico nos estudos sobre desigualdades em saúde, esse trabalho adotou como problema de pesquisa o seguinte questionamento: Como as desigualdades estão sendo abordadas no campo da Saúde Coletiva no Brasil?. Para tanto, foram definidos dois objetivos específicos, sendo que o primeiro consistiu em identificar e analisar o uso de diferentes concepções sobre desigualdade em saúde no campo da Saúde Coletiva, enquanto que o segundo pretendeu discutir de que modo a historicidade foi utilizada ou não na compreensão das desigualdades nesse mesmo campo, tendo como recorte os artigos publicados na Revista de Saúde Pública no ano de 2019. Para tanto, foi realizada uma revisão de escopo, metodologia que permitiu identificar as opções adotadas no delineamento dos estudos e no referencial escolhido para o tratamento do objeto em questão. Em relação ao primeiro objetivo específico, foi possível identificar que os estudos publicados não definiram conceitualmente o que compreendem por desigualdades em saúde, o que acarretou, na maior parte dos estudos, em uma confusão terminológica entre diversos conceitos, corroborando com a perda do sentido histórico e político das desigualdades em saúde. Ademais, a dimensão histórico-estrutural das análises não foi incorporada nos estudos, resultando, para além da ahistorização dos conceitos, na ahistorização das condições e dos processos sociais que produzem e reproduzem as desigualdades, que ao serem convertidos em fatores, perderam sua capacidade explicativa na perspectiva da historicidade. Tal modelo de produção científica no contexto neoliberal, representa um interesse histórico bem definido: a manutenção das relações que permitem a acumulação de poder e o ocultamento dos processos que produzem e reproduzem as desigualdades em saúde.