Gravidade do trauma e probabilidade de sobrevida em pacientes internados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Whitaker, Iveth Yamaguchi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7136/tde-09042013-152100/
Resumo: Estudos de morbidade por causas externas são escassos em virtude da dificuldade de obtenção de dados para sua realização. Ainda mais escassos são aqueles que examinam a gravidade do trauma com vistas a determinar sua magnitude e repercussão na assistência aos que sofreram os agravos. O estudo apresenta a análise descritiva retrospectiva sobre a morbi-mortalidade hospitalar por causas externas com o uso de medidas objetivas para avaliação da gravidade do trauma e probabilidade de sobrevida. Os índices utilizados para mensurar a gravidade do trauma foram o sistema Abbreviated Injury Scale (AIS) /Injury Severity Score (ISS) e o Revised Trauma Score(RTS). Para calcular a probabilidade de sobrevida (Ps), usou-se o TRauma and Injury Severity Score (TRISS). A população do estudo foi constituída por 1.781 pacientes de causas externas internados no Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no ano de 1998. Do total de pacientes, 30,15% foram internados em decorrência de acidente de transporte, 24,32% por agressões e 17,24% por quedas. A população foi constituída, predominantemente, por pacientes do sexo masculino e jovens entre 15 e 39 anos. Entre os pacientes, 43,34% foram provenientes da cena do evento e 39,08% transferidos de outros hospitais. O atendimento pré-hospitalar foi realizado em tempo médio de 49 minutos à maioria daqueles que vieram diretos da cena do evento. A mortalidade hospitalar foi 12,63%, e nas primeiras 24 horas morreram 64,01%. A maioria das causas externas foi classificada em trauma contuso (61,42%), seguido de penetrante (23,24%). A mensuração da gravidade da lesão foi possível para 1.542 (86,58%) pacientes de acordo com o Manual AIS e resultou em 4.918 lesões decorrentes, predominantemente, de trauma contuso (75,79%), mais freqüentes na região da cabeça (28,12%) seguida da face (22,00%). A média de lesões por paciente foi 3,19. Em relação à gravidade, verificou-se que lesões leves (AIS 1) foram freqüentes na face (45,03%) e as lesões sérias (AIS 3), graves (AIS 4) e críticas (AIS 5) foram mais freqüentes na região da cabeça, 43,21%, 75,00% e 69,82%, respectivamente. A gravidade do trauma (ISS) com base na gravidade das lesões (AIS), foi calculada para 1.527 (99,02%) pacientes. A maioria (65,75%) foi classificada com escores ISS <16. No grupo de sobreviventes, predominaram os escores ISS <16 (76,32%) e, no grupo de óbitos, os escores ISS >16 (96,40%), indicativos de trauma importante. A média do ISS em trauma contuso foi 13,08 e em penetrante, 11,97. A gravidade do trauma na fase pré-hospitalar verificada por meio do RTStriagem foi possível para 228 (49,14%) pacientes. Entre os sobreviventes, 94,93% obtiveram escore 12, indicativo de condição fisiológica inalterada e 93,75% dos óbitos obtiveram escore zero, ausência de resposta fisiológica. O TRISS calculado para uma amostra de 241 pacientes, revelou dez casos de morte inesperada ou evitável pela metodologia PREliminary outcome-based evaluation(PRE). Além disso, os valores da estatística Z e W tanto para trauma contuso quanto penetrante, indicaram que os resultados da amostra foram estatisticamente diferentes em relação à população do Major Trauma Outcome Study. Ajustados os coeficientes do TRISS para a amostra deste estudo, observou-se por meio do método PRE que em trauma contuso, ocorreram cinco mortes inesperadas ou evitáveis e uma sobrevida inesperada. Em trauma penetrante, ocorreu uma morte inesperada ou evitável e não houve casos de sobrevida inesperada. Espera-se que este estudo ofereça subsídios para ações preventivas e melhoria da qualidade da assistência aos pacientes hospitalizados em decorrência das causas externas.