Hábitos e consumo alimentar de usuários de serviços de saúde com e sem doenças crônicas não transmissíveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pereira, Luis Fernando Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-29012020-174726/
Resumo: Conhecer os hábitos e o consumo alimentar da população é um dos pilares para a prevenção e o tratamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Para tanto, realizou-se um estudo quantitativo, transversal e observacional no município de Ribeirão Preto - SP, no período de 2017 a 2018. Esse estudo teve como objetivo comparar os hábitos e consumo alimentar dos usuários dos serviços de saúde com e sem DCNT, em uma cidade do interior paulista. A amostra foi constituída por 719 indivíduos que foram entrevistados utilizando um questionário contendo as variáveis sociodemográficas, variáveis clínicas e, hábitos e consumo alimentar. Considerou-se hábito alimentar saudável o indivíduo que faz pelo menos três refeições principais ao dia, não ter o hábito de assistir programas de televisão e ou manejar o celular durante as refeições, consome dois litros de água por dia e não utiliza tempero industrializado. O consumo alimentar saudável foi categorizado de acordo com a frequência semanal, segundo o Protocolo do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional. Para a análise estatística utilizou-se o programa Statistical Package for Social Sciences (SSPS) for Windows. Para análise entre os grupos com e sem DCNT foi utilizado o teste de qui-quadrado de Pearson e adotado o nível de significância de 5%. Dos 719 participantes, 504 (70,1%) referiram ter DCNT e 215 (29,9%), não. Houve predomínio do sexo feminino 512 (71,2%), a idade variou de 35 a 59 anos para 293 (40,8%), 339 (47,1%) eram casados ou em união estável, 293 (40,8%) tinham ensino fundamental incompleto, 194 (27,0%) pertenciam à classe econômica C1 e 312 (43,4%) encontravam-se empregados. A metade dos participantes, 252 (50,0%) tinha doenças circulatórias e 234 (46,4%), hipertensão arterial sistêmica. No que se refere ao hábito e consumo alimentar houve semelhança entre os grupos com e sem DCNT. A maioria 587 (81,6%) dos participantes não segue a dieta, 642 (89,3%) não receberam orientação nutricional por profissional, 616 (85,7%) realizam as refeições em casa, 474 (65,9%) preparam as refeições em casa e menos da metade 240 (33,4%) realiza três refeições ao dia. A maioria 569 (79,1%) não faz uso de adoçantes, 411 (57,2%) não faz uso de tempero industrializado e 446 (62,0%) tem o habito de assistir televisão ou fazer o uso do celular durante as refeições. Menos da metade 340 (47,2%) consome de um a dois litros de água por dia. Ao analisar hábito alimentar saudável relacionado às variáveis sociodemográficas e clínicas, encontrou-se relação estatisticamente significante com a idade, o estado civil e a ocupação (p<=0,001) e ter ou não DCNT (p<=0,044). No que se refere ao consumo alimentar semanal houve predomínio das respostas em relação ao consumo de salada crua, legumes e verduras, frutas, feijão, leite e derivados, sendo que a média variou de 3,6 a 5,5. Para os alimentos, tais como batata frita, hambúrgueres, bolachas salgadas, doces e refrigerantes a média variou de 0,1 a 2,5. O consumo saudável foi relacionado à idade e estado civil (p<=0,001), classe econômica (p<=0,027) e ocupação (p<=0,005). Pode-se concluir que os hábitos e o consumo alimentar dos participantes com e sem DCNT não apresentaram diferenças na sua distribuição. No entanto, deve-se considerar a idade, o estado civil, a classe econômica, a ocupação nos programas educativos para a promoção do consumo alimentar saudável. Reconhece-se que indivíduos com DCNT têm necessidades especificas em relação ao consumo de alimentos para o tratamento da doença, e essas devem ser consideradas para a formulação de políticas públicas de saúde e no que tange a mudança de comportamento