Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Santos, Carla Rocha dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42137/tde-22032019-144302/
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Resumo: |
As vias suprabulbares assim como núcleos bulbares são de vital importância na modulação cardiovascular. As informações aferentes que chegam ao NTS ascendem a áreas suprabulbares por neurônios noradrenérgicos (NORérgicos) projetando-se principalmente a neurônios pré-autonômicos do núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN) em sua maioria ocitocinérgicos (OTérgicos) e vasopressinérgicos (VPérgicos), os quais se projetam a áreas bulbares, fechando um pronto circuito modulatório. É nossa hipótese de trabalho que a hipertensão e/ou o treinamento possam alterar a plasticidade de vias NORérgicas ascendentes as quais, modificando a sinalização aferente, desencadeariam respostas plásticas e funcionais nos neurônios pré-autonômicos do PVN, alterando a modulação cardiovascular nestas situações. Objetivo: estudar o funcionamento da alça suprabulbar de modulação autonômica, avaliando os efeitos sequenciais da hipertensão e do treinamento sobre a sinalização NORérgica ascendente e sobre a plasticidade/atividade de neurônios OTérgicos e VPérgicos do PVN que se projetam a áreas bulbares de controle cardiovascular. Material e Métodos: Protocolo I - Ratos Wistar adultos foram submetidos a T de baixa intensidade (50-60% da capacidade máxima, 5 dias/semana, 1h/dia) ou foram mantidos sendentários (S) por 8 semanas. Após registros da hemodinâmica basal nas semanas 0 (S0=T0), 1 (T1), 2 (T2), 4 (T4) e 8 (T8 e S8) [protocolo Análise Temporal do Treinamento], após 8 semanas de T ou S [para protocolo de lesão seletiva dos neurônios NORérgicos ascendentes pela saporina], e, após 12 semanas de T ou S [para os protocolos SHAM & DAS] os ratos foram eutanasiados para perfusão e fixação do encéfalo. Cortes (30 &um;m) do PVN foram processados para imuno-histoquímica de dupla marcação para OT e dopamina beta-hidroxilase (DBH); imagens foram adquiridas pelo microscópio de fluorescência e confocal e analizadas pelo ImageJ e pelo Imaris, respectivamente. Protocolo II - SHR e WKY (4 semanas de idade no início dos protocolos) foram mantidos sedentários (S) por 8 semanas. Nas semanas experimentais 0, 1, 2, 4 e 8 avaliamos os parâmetros funcionais (valores basais PA e FC) e a imunoistoquímica para VP e DBH; em outro protocolo, realizamos cirurgia Sham ou DAS em animais SHR e Wistar de 41 dias e, após a 13ª semana realizamos estudos funcionais e a análise imunoistoquímica para DBH e VP. Resultados: S determinou no PVN diminuição idade-dependente da OTir em todos os subnúcleos magnocelular (mg), dorsal cap (dc), ventromedial (vm) e posterior (Po), sem alterações significativas de DBHir, e e sem alteração de OTir em aréas bulbares, como DMV, NTS, BVLc e BVLr. T induziu aumento a partir de T2 da síntese de DBH no NTS caudal, intermediário e BVLc, e o T induziu uma diminuição da de DBH no BVLr. No PVNvm e Po houve pronto aumento da OTir em T2 vs S0, e DBHir em T2 vs S0, e aumento de botões sinápticos NORérgicos em neurônios OTérgicos, e bradicardia de repouso entre T4 e T8, sem alterar a pressão arterial. A remoção dos barorreceptores diminuiu a densidade das projeções OTérgica no NTS intermediário, BVLr e no PVN mg, dc, vm e Po, além disso a desnervação sino-aórtica bloqueiou todos os efeitos induzidos pelo treinamento, como o aumento de DBHir no NTS caudal e intermediário, no caudal e rostral VLM e em todo PVN (mg, dc, vm e Po) e impediu o aumento de OTir em ambas as aréas do bulbo quando comparamos DAS -T vs. SHAM-T. No protocolo de saporina, a marcada redução das projeções NORérgicas induziu um significativa queda na síntese de OT em todo o PVN medial e posterior, e o T não foi capaz em aumentar a OTir. Em áreas bulbares, observamos que a DBHx induziu redução na DBHir e de neurônios NORérgicos no NTS caudal e intermediário e BVLc, porém não houve alteração no BVLr em animais S. No grupo DBHx-T houve aumento na síntese proteíca de DBH em todo o bulbo, com exceção do BVLr. Houve uma marcada redução das projeções Otérgicas em todo bulbo, mas não houve alteração da OTir em DBHx, e não foi observado bradicardia de repouso. No protocolo II, WKY e SHR, de 28 dias, possuem PA semelhantes, qual aumentou a partir de S2 apenas em SHR. Animais SHR em fase pré-hipertensiva já possuem FC aumentada, comparado com os WKY, permanecendo com valores superiores até o final do protocolo, em ambas as linhagens houve uma diminuição da FC basal idade depende. Com a técnica de imunoistoquímica de fluorescência, observamos que a VPir é maior em SHR (vs. WKY) durante as 8 semanas de avaliação apenas no PVNmg, no PVNvm e posterior o conteúdo de VP é semelhante entre as duas linhagens em S0 (4 semanas de vida), porém há um aumento significativo e progressivo a partir da S1, apenas em animais SHR. Com os experimentos DAS, observamos a eficácia da cirurgia da remoção dos barorreceptores, devido a ausência da resposta reflexa bradicardica e taquicardia em animais DAS. A DASimpediu o desenvolvimento da hipertensão em animais SHR, assim como houve um bloqueio do aumento de VP em todo PVN medial (mg, vm e dc) e PVN posterior. Conclusão: A observação de que a instalação da bradicardia de repouso (a partir de T4) ocorria após o aumento da densidade de neurônios OTérgicos do PVN que se projetam ao complexo solitário-vagal sugere que alterações induzidas pelo T no controle autonômico do coração são dependentes da maior modulação OTérgica ao complexo solitário-vagal desencadeado pela sinalização NORérgica ascendente. O bloqueio destes efeitos sugere ainda que a sinalização carreada pelos barorreceptores e quimirreceptores periféricos é um fator decisivo em desencadear os efeitos benéficos do T ao sistema cardiovascular. Podemos concluir também que o aumento da PA é acompanhado pelo aumento do conteúdo de VP em áreas que contém neurônios pré-autonômicos, e que os baro e quimiorreceptores desempenham papel chave no desenvolvimento da hipertensão. |