A configuração do português na gramática de D. Jeronymo Contador de Argote, \'Regras da lingua Portugueza, espelho da lingua Latina\'

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Marques, Raquel do Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-19122016-114107/
Resumo: Esta dissertação funda-se em princípios da História das ideias linguísticas (Auroux, 2008, 2009) e trata da gramatização dos idiotismos ou particularidades do português. A metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa, de acordo com o fazer historiográfico, é analítico-interpretativa, com o objetivo de apresentar e examinar as particularidades do português, descritas nas duas edições da gramática de D. Jeronymo Contador de Argote, intitulada Regras da lingua portugueza, espelho da lingua latina, ou disposiçaõ para facilitar o ensino da lingua Latina pelas regras da Portugueza, publicadas em 1721 e 1725. Partimos da hipótese de que é Argote que sistematiza a gramatização das especificidades da língua portuguesa, por meio do capítulo dedicado aos idiotismos. Assim, para entendermos como Contador de Argote formulou a ideia acerca dos idiotismos, investigamos o horizonte de retrospecção nas obras portuguesas de Oliveira (1536), Barros (1540) e Roboredo (1619), assim como o horizonte de prospecção, com o propósito de percebermos a repercussão das ideias linguísticas de Argote nas obras portuguesas de Lobato (1770), Fonseca (1799), Barbosa (1822) e Vasconcelos (1901). As duas edições da gramática foram importantes para a compreensão da construção do saber linguístico porque gramatizaram pontos específicos do português. Enquanto na primeira edição Contador de Argote apresenta concisamente as características do português, na segunda edição, o gramático explora, com mais clareza, os idiotismos, pois trata da morfologia, da sintaxe, e da semântica da língua portuguesa. Dos idiotismos apresentados por Contador de Argote, alguns já haviam sido gramatizados, e outros foram gramatizados nas Regras, pelo próprio autor. Quanto à repercussão das ideias do autor em gramáticas posteriores, verificamos que alguns idiotismos permaneceram e foram referidos como tais, outros foram incorporados à língua, e outros ainda desapareceram, haja vista a dinamicidade da língua.