Avaliação da resposta à imunoterapia oral em pacientes com alergia ao leite de vaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mendonça, Juliana Guimarães de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-29112022-111805/
Resumo: A alergia ao leite de vaca (ALV) é uma doença cada vez mais comum e com tendência a um aumento de pacientes com reações graves e menor frequência de tolerância espontânea. A dieta de exclusão é difícil de ser realizada e impõe importantes restrições e comprometimento da qualidade de vida. Diante desse cenário, novas terapêuticas estão surgindo para indução de tolerância ou dessensibilização, sendo a imunoterapia oral (ITO) a principal delas. O objetivo do estudo é avaliar um protocolo de ITO em pacientes com ALV mediada por IgE, persistente e grave, em relação a resposta clínica, imunológica e quanto à segurança. Foram selecionados 27 pacientes com ALV e história de anafilaxia, acima de três anos de idade e com testes alérgicos ao leite positivos. Os pacientes foram submetidos a um protocolo original, visando alcançar a dose final de 150 ml de leite, e acompanhados por um ano de manutenção da ITO. A realização de exames séricos para dosagem de IgE específica para leite e seus componentes e IgG4 específica para as proteínas do leite, além de teste cutâneo de leitura imediata (TCLI), foram realizados ao longo do seguimento. A ocorrência e evolução dos eventos adversos e seus cofatores, além da resposta ao protocolo foram avaliados durante a fase de indução e manutenção da ITO. A taxa de sucesso, ao final da indução, foi de 70,4% e outros 18,5% atingiram a dessensibilização parcial. Ao final de um da manutenção, 70,4% mantinham a ingestão de 150 ml de leite. Todos os pacientes apresentaram reação em alguma fase do protocolo e a anafilaxia ocorreu em 13 pacientes tanto na fase de indução quanto na manutenção. As reações predominaram na fase de indução e sua ocorrência foi diminuindo ao longo da fase de manutenção, bem como a influência dos cofatores. Quanto às reações, a maioria foram consideradas leves (59,0% na fase de indução e 48,8% na manutenção). A reatividade no TCLI ao leite puro diminuiu 65,0% ao final de um ano de seguimento e os níveis de IgE específica para leite e caseína caíram de maneira significativa nesse período. Os valores de IgG4 para as frações aumentaram desde o final da indução. A ocorrência de esofagite eosinofílica foi evidenciada em 22,2% dos pacientes após o início da ITO. O protocolo de ITO utilizado neste estudo se mostrou eficaz para dessensibilizar a maioria dos pacientes com Alergia ao leite de vaca, mesmo com perfil grave, com histórico de anafilaxia e sensibilidade para mínimas quantidades de leite de vaca