Algoritmo para guiar a reexposição à penicilina em gestantes com sífilis e história de alergia aos beta-lactâmicos: eficácia e segurança

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Garcia, Juliana Fóes Bianchini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-11082021-104802/
Resumo: Introdução: A sífilis gestacional é subdiagnosticada e subtratada, levando a natimortalidade, prematuridade, baixo peso ao nascer, morte neonatal e infecção dos recém-nascidos. As pacientes rotulados como alérgicas à penicilina são frequentemente mal diagnosticadas. Objetivo: Avaliar a eficácia e segurança de um algoritmo para orientar a reexposição à penicilina em gestantes com sífilis e com relato de alergia ao antibiótico. Métodos: Foi realizado um estudo prospectivo avaliando gestantes com sífilis e rotuladas como alérgicas à penicilina. Com base na história clínica, as pacientes foram divididas em dois grupos: alto risco e baixo risco para alergia à penicilina. Pacientes de baixo risco com teste cutâneo negativo e IgE específica para penicilina sérica negativa foram submetidas ao teste de provocação com o medicamento. As demais pacientes foram submetidas à dessensibilização. Resultados: Noventa e uma pacientes com sífilis e com história de reação de hipersensibilidade imediata à penicilina foram incluídas, sendo 51 pacientes (56,04%) consideradas de alto risco para alergia à penicilina e 40 pacientes (43,95%) de baixo risco. Alergia ao medicamento foi confirmada em 7,69% das gestantes; em todos os casos, o diagnóstico foi feito por meio de teste intradérmico, que também foi capaz de identificar 100% das pacientes que reagiram durante a dessensibilização rápida ao medicamento (p <0,001). A estratificação de risco com base na reação clínica inicial e teste cutâneo para orientar a reintrodução da penicilina por meio de provocação ou dessensibilização ao medicamento foi segura (97,8%) e eficaz (97,8%). Conclusão: Desenvolvemos e demonstramos a eficácia e segurança de um algoritmo para orientar a reexposição à penicilina em gestantes com sífilis e rotuladas como alérgicas a esse medicamento. O teste intradérmico é um excelente biomarcador no diagnóstico da reação de hipersensibilidade imediata à penicilina e para prever nova reação durante a dessensibilização rápida ao medicamento. Estudos futuros poderão confirmar a maior segurança de nosso protocolo intravenoso de dessensibilizacão em comparação com o protocolo oral.