Avaliar o perfil genético do citocromo P450 e das glutationa S-transferases em pacientes com diagnóstico de leucemia mieloide aguda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: França, Gilmar de Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5167/tde-10102024-125306/
Resumo: A descoberta do DNA teve um impacto revolucionário na ciência, impulsionando avanços significativos na medicina personalizada, onde a farmacogenômica desempenha um papel crucial. O foco passou a ser a busca por relações entre genes e variabilidade nas respostas a tratamentos medicamentosos, visando otimizar benefícios e reduzir toxicidades. Pacientes diagnosticados com Leucemia Mieloide Aguda (LMA) enfrentam elevada taxa de mortalidade e toxicidade durante o tratamento. Por isso, compreender o perfil genômico dos genes CYP450 (citocromo P450) e GST (glutationa S-transferase), responsáveis pelo metabolismo de fase I e fase II, respectivamente, torna-se crucial, dado que são polimórficos. O presente estudo teve como objetivo determinar a frequência de deleções e duplicações exônicas nos genes CYP450 e GST, além de verificar se há relação entre essas alterações e a recuperação hematológica neutrofílica e plaquetária. No início do estudo foram incluídos 83 pacientes. Destes, 13 foram excluídos devido as amostras de DNA estarem inadequadas qualitativa e/ou quantitativa para a realização da análise. Assim, 70 pacientes obedeceram aos critérios de inclusão do objetivo primário do estudo, dos quais 46 pacientes também obedeceram aos critérios de inclusão do objetivo secundário. A técnica utilizada para análise do DNA foi MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification). Após analisar a presença ou ausência de polimorfismos, os pacientes foram comparados quanto ao tempo de recuperação neutrofílica (neutrófilos em números 1.000/mm³) e o tempo de recuperação plaquetária (plaquetas em números 50.000/mm³), por meio das curvas de Kaplan-Meier, e a comparação entre as curvas foi realizada pelo teste não paramétrico log-rank. A mediana de idade dos pacientes foi 57 anos, com prevalência do sexo feminino (57,2 %), etnia branca (61,4%) e provenientes do estado de São Paulo (75 %). Foram identificados 76 polimorfismos (CYP450 + GST), sendo 38 do tipo deleção (24 ocorreram nos éxons dos genes GST), e 38 polimorfismos do tipo duplicação (20 ocorreram em éxons dos genes CYP450). Os éxons 3 e 5 do GST apresentaram maior polimorfismo do tipo deleção, enquanto os éxons 1, 5 e 6 do CYP450 foram os mais afetados pelo polimorfismo do tipo duplicação. Alguns pacientes apresentaram mais de um polimorfismo em ambos os genes. A comparação do tempo de recuperação neutrofílica (TRN) e do tempo de recuperação plaquetária (TRP) entre os grupos com ou sem polimorfismos, utilizando as curvas de Kaplan-Meier, revelou que o grupo com polimorfismos teve o TRN (p= 0,0056), e o TRP (p= 0,0076) maiores. Em conclusão, o estudo demostrou que os genes CYP450 e GST são polimórficos, e que estes polimorfismos podem levar a um maior TRN e TRP após o tratamento de indução da remissão da LMA