Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Fidalgo Neto, Antonio Augusto |
Orientador(a): |
Paumgartten, Francisco José Roma |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5046
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Resumo: |
Tem sido relatado que infecções e estímulos inflamatórios causam alterações da atividade e dos níveis de expressão de várias formas de citocromos P450 (CYP) hepáticos em animais de laboratório e em seres humanos. Estas alterações podem ter reflexos tanto no clearance de fármacos quanto na ativação metabólica de pró-mutágenos, prócarcinógenos e pró-teratógenos. Assim sendo, infecções e processos inflamatórios estão entre os fatores que modulam a atividade ou a expressão dos CYP e podem alterar a cinética e a toxicidade de xenobióticos. Situado neste contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da infecção com S. mansoni sobre o conteúdo total de citocromos P450, as atividades de isoenzimas das subfamílias 1A, 2A e 2B, e os níveis de CYP1A e 2A5 na fração microssomal hepática de camundongos das linhagens Swiss Webster e DBA/2. Em estudo preliminar avaliamos a evolução da esquistossomose murina em Swiss Webster e DBA/2 comparando dois modelos de infecção experimental: animais infectados com 100 cercárias aos 10 dias de vida (lactentes) ou na vida adulta (45 dias de vida). Foram determinados o peso corporal e de órgãos (fígado, baço e intestinos), o ganho ponderal, o índice de penetração das cercárias, a mortalidade, a taxa de recuperação de vermes após perfusão sistêmica e o número de ovos encontrados no fígado e intestinos. Grupos infectados de animais foram sacrificados aos 35, 55 e 90 dias após a infecção. No estudo subsequente voltado para avaliação dos efeitos da infecção sobre a atividade das diferentes isoenzimas CYP utilizamos camundongos Swiss Webster e DBA/2, machos e fêmeas, infectados aos 10 dias de idade (lactentes) e sacrificados após 55 dias da infecção. Após o sacrifício por deslocamento cervical e preparação da fração microssomal hepática, determinamos o conteúdo total de CYP, as atividades de cumarina 7-hidroxilase (CoH), etoxiresorufina O-desetilase (EROD), pentoxiresorufina Odespentilase (PROD) e benziloxiresorufina O-desbenzilase (BROD). Avaliamos também os níveis de CYP1A e 2A5 por SDS/PAGE e Western blotting utilizando anticorpos policlonais anti-CYP1A de ratos e anti-2A5 de camundogos, obtidos a partir da inoculação em coelhos. Os resultados obtidos mostraram que 55 dias após a infecção com S. mansoni o conteúdo total de CYP estava na fração microssomal hepática estava substancialmente diminuído nas duas linhagens e nos dois sexos. As atividades de EROD, PROD e BROD estavam, de um modo geral, reduzidas em relação aos controles não infectados nas duas linhagens e sexos. Contrastando com esta depressão de atividade de isoenzimas CYP1A e 2B, as atividades de CoH nos camundongos da linhagem DBA/2 estavam aumentadas nos machos infectados. Nas fêmeas observamos também uma tendência ao aumento (estatisticamente não-significativa) em relação aos não infectados. Este efeito da infecção sobre a atividade de CoH não foi observado nos Swiss Webster, mas é possível que nesta linhagem a hidroxilação da cumarina não seja catalisada por CYP2A5. Em síntese os resultados do presente estudo indicam que na fase intermediária de evolução da esquistossomose mansônica murina (55 dias pós infecção) há uma acentuada diminuição dos níveis totais de CYP e de atividades relacionadas as subfamílias CYP1A e CYP2B. Por outro lado, contrastando com esta depressão generalizada de CYPs, há um claro aumento de CoH, relacionada ao CYP2A5 nos DBA/2 infectados. |