Distribuição da diversidade genética e correlações de caracteres em etnovariedades de mandioca (Manihot esculenta, Crantz) provenientes da agricultura tradicional do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1998
Autor(a) principal: Cury, Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20210104-191105/
Resumo: Os objetivos deste trabalho foram: i. avaliar a diversidade em relação a 46 descritores morfológicos, agronômicos e químicos de 56 etnovariedades de mandioca provenientes de áreas de agricultura tradicional autóctone das regiões do Rio Negro (Amazonas e Roraima), Rio Solimões (Amazonas) e litoral sul do Estado de São Paulo; ii. estimar as correlações genéticas entre os descritores, com principal ênfase nas variáveis importantes na domesticação; iii. decompor as estimativas das variâncias genéticas em relação a unidades de agrupamento: roças e regiões. iv. estudar a divergência genética das etnovariedades por meio de técnicas da análise multivariada. A variabilidade fenotípica descrita pelos descritores morfológicos discretos foi alta. Por este parâmetro, a região do Rio Negro apresentou maior diversidade, seguida da região do Rio Solimões e por último o litoral sul do Est. de São Paulo. A variabilidade genética demonstrada pelos descritores agronômicos, químicos do caule e químicos da raiz também foi alta. Já a variabilidade genética descrita pelos descritores químicos das folhas não foi tão expressiva. Os descritores contínuos que se destacaram por apresentar alta herdabilidade no sentido amplo ao nível de parcelas (ĥ 2p), alto coeficiente de variação genética (CVg) e alta razão entre o coeficiente de variação genética e o coeficiente variação ambiental (CVg/CVe) foram: teor de cinzas no caule, teor de proteínas no caule, potencial cianogênico na entrecasca das raízes, o teor de ácido cianídrico livre na entrecasca das raízes, teor de proteína nas raízes, teor de cinzas nas raízes e teor de fibras nas raízes. Vários descritores apresentaram alta correlação genética. O peso de raízes apresentou correlação genética alta e positiva com os descritores peso da parte aérea (rG(15.16)= 0,75), índice de colheita (rG(15.17)= 0,73), número de raízes (rG(15.18)= 0,87 e produção de amido (rG(15.19)= 0,99); alta e negativa, com os descritores umidade da polpa das raízes (rG(15.39)= - 0,64) e umidade das raízes (rG(15.46)= - 0,64). O teor de amido apresentou correlação genética alta e negativa com os descritores umidade na polpa das raízes (rG(41.39)= -0,77), teor de proteína nas raízes (rG(41.30)= - 0.73), teor de cinzas nas raízes (rG(41.43)= -0,85), teor de fibras nas raízes (rG(41.44)= - 0,82) e teor de umidade nas raízes (rG(41.46)= - 0,77). Associação encontrada, principalmente entre os descritores químicos da raiz, parece ter favorecido o processo da domesticação. Na média de todos o 31 descritores avaliados, 76, 13% da variância genética total foi devida à componente entre etnovariedades dentro de roças dentro de regiões ( dentro de roças), 12,81 % a componente entre regiões e 11,05% a componente entre roças dentro de regiões. A concentração da variabilidade dentro da roça (dentro da população) sugere a ocorrência de fluxo gênico entre as populações. A região com maior diversidade genética foi a do Rio Negro, seguida da região do Rio Solimões e por último a região do litoral sul do Estado de São Paulo. O padrão de dispersão multivariado das etnovariedades no geral foi contínuo, com apenas uma etnovariedade distanciando-se em demasiado das demais.