Os conflitos civis em Maquiavel: o problema dos humores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ferreira, Christiane Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-14032016-100035/
Resumo: Esta dissertação se dedica a estudar qual o lugar dos humores no pensamento republicano de Nicolau Maquiavel. Entendendo por humores os grupos de cidadãos que constituem o corpo político grandes/nobres e povo , bem como os desejos e apetites próprios de cada um destes dois grupos, este estudo pretende mostrar como o autor florentino elabora seu pensamento republicano a partir dos conflitos civis, que é efeito da relação entre eles. Partimos da investigação do significado do termo humor na medicina antiga e renascentista, para tentar compreender a apropriação que Maquiavel faz para pensar a dinâmica entre os grupos políticos da cidade. Em seguida, dedica-se a compreender como o florentino elabora o modelo romano, isto é, como justifica a grandiosidade da tumultuosa república, sobretudo a partir dos desejos e apetites dos grupos políticos e das instituições que se originam dos conflitos entre eles. Por último, a análise da decadência romana apresenta a razão do funcionamento deturpado das instituições e o uso de vias extraordinárias para a resolução de conflitos por parte dos grupos políticos. Observa-se que Maquiavel apresenta, a partir da análise da corrupção, as condições necessárias para a fundação de uma república, bem como os efeitos da ambição por bens e do excesso do desejo popular por liberdade que podem, também, provocar a irrupção do processo de corrupção. Logo, este trabalho tenta pensar o modelo republicano de Maquiavel a partir da chave humoral, o que acaba colocando em destaque tanto a relação entre seus grupos internos, como as paixões que os movem.