Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Silva, Nattasha Magalhães |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-18092019-172314/
|
Resumo: |
A atualidade mostra um aumento nos casos de doenças na área da saúde mental na universidade, principalmente entre os estudantes de medicina. O presente trabalho visa investigar sobre esse fenômeno, tendo como foco o sofrimento psíquico ao longo da formação médica. Os objetivos: levantar e problematizar as vicissitudes que acompanham o estudante desde a escolha por medicina até o término da formação; focalizar e discutir a importância do momento e do processo em que se dá a escolha pela profissão; levantar as contribuições da psicanálise para o tema e delimitar possíveis propostas de intervenções de apoio a serem desenvolvidas. A concepção de investigação que embasa este trabalho é o modelo de pesquisa qualitativa em psicanálise que permite compreender os fenômenos em profundidade. Para tanto, foi realizada revisão de literatura e a pesquisa de campo, em que foram realizadas entrevistas com estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Então, verificou-se que os entraves vividos na formação acadêmica se dividem em três eixos: os fatores relacionados à subjetividade de cada aluno (exigências internas e externas) juntamente as vicissitudes do contexto histórico e social; as dificuldades imbricadas na formação médica; os percalços da prática médica. Foram entrevistados(as) sete alunos(as), na faixa etária de 22-29 anos, que estavam no quinto ano do curso. Na análise das entrevistas, elencaram-se sete categorias mais presentes: escolha por medicina; amadurecimento ao longo do curso; início do curso; relatos em torno da morte; rotina; limites da medicina; suicídio. Na discussão, destaca-se que esses sujeitos são jovens, fazem parte de um grupo maior que são os estudantes universitários, assim possuem as características e nuances próprias dessa posição no imaginário social. Estão numa fase em que ocorre a reestruturação psíquica do sintoma e da fantasia, e a saída da adolescência para a entrada na vida adulta, que se dá a partir das escolhas que fazem para si, entre elas a de uma profissão, em uma época que já não se disponibilizam referenciais simbólicos sólidos para o sujeito sustentar suas escolhas, momento em que as pessoas fazem escolhas de um modo mais isolado, não baseadas num Ideal de Eu, mas sim pautadas pelo modo de gozo. Frisa-se que a medicina tem imbricado em sua prática aspectos que mobilizam aquilo que é da ordem do Real, ou seja, do não controlável, envolvendo a relação com o corpo (do outro e o próprio) e os aspectos em torno da morte; além disso, na atualidade, o incremento das novas tecnologias faz com que a sociedade aumente as exigências de eficácia terapêutica, o que pode causar angústia diante da sensação de impotência. Propõe-se que as medidas de apoio devem ser pensadas a partir de três frentes: oferta de locais em que possam receber acompanhamento psicológico; viabilizar dispositivos de informação e de trocas que possam sensibilizá-los para a complexidade da formação escolhida e para um cuidado consigo mesmo; e dar atenção aos casos de isolamento, em que os alunos sabem que sofrem, mas não buscam ajuda |