Em busca de um olhar judaico: análise das séries fotográficas Histórias Bíblicas, de Adi Nes, Marcados, de Cláudia Andujar, e Crisálidas, de Madalena Schwartz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Feder, Leonardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8152/tde-02082013-121733/
Resumo: O objetivo desta pesquisa de Mestrado é dissertar sobre o olhar judaico que, por suposição, permeia as obras de três fotógrafos contemporâneos e avaliar se há tendências que apontem para a judeidade das fotografias. Os artistas estudados são o israelense Adi Nes e as brasileiras de origem húngara Cláudia Andujar e Madalena Schwartz, que, respectivamente, produziram as séries Histórias Bíblicas (2003-2006), Marcados (1981-1983) e Crisálidas (1973-1976) publicadas em 2007, 2009 e 2012. Adi Nes (1966-), ao encenar em estúdio situações contemporâneas de miséria em Tel Aviv com atores representando personagens bíblicos (Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Elias, José, Rute, Caim, Abel e Davi), reatualizou as histórias da Bíblia Hebraica, como faz o Midrash (livro ou trecho de comentários rabínicos), e, talmudicamente, conectou significantes aparentemente díspares que sugerem muitos significados. Cláudia Andujar (1931-) relacionou a situação indígena à história judaica, ao retratar os índios Yanomami com uma placa numerada no pescoço (para identificar qual fora vacinado), o que remete aos números tatuados na pele dos prisioneiros que ingressavam nos campos de extermínio durante a Shoá, o que, em contrapartida, reforça a ameaça à sobrevivência dos índios quando os brancos invadem as suas terras. Madalena Schwartz (1921-1993) fotografou travestis e transformistas do teatro underground realizado pelo Dzi Croquettes, grupo que, ao transitar entre os gêneros masculino e feminino, cultivavam identidades híbridas, fragmentadas e vivenciavam uma condição de exílio compartilhada pela artista, devido aos seus deslocamentos transculturais, ao fazer o percurso migratório Budapeste-Buenos Aires-São Paulo.