Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Silva, Vitor Marcelino da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-03012023-182430/
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Resumo: |
Esta tese tem como objetivo investigar a biografia do livro de fotografia Amazônia, de Claudia Andujar e George Love, lançado no ano de 1978 pela Editora Praxis. Entendemos como biografia os ciclos de vida que formam a trajetória da publicação. Considerando que o presente reabilita o passado, três ciclos são apresentados em uma estrutura não cronológica. Primeiramente, analisamos como o livro tornou-se uma referência internacional nas últimas duas décadas de valorização dos chamados fotolivros. No segundo ciclo de vida, discutimos como ocorreu a produção e distribuição de Amazônia, enfocando o processo de censura sofrido e o contexto editorial de produção de livros de fotografia entre 1968 e 1982 no Brasil, com ênfase nas publicações das editoras Praxis e Raízes Artes Gráficas. No terceiro ciclo de vida, são abordados os antecedentes, ou seja, os espaços onde as primeiras fotografias da Amazônia, feitas por Andujar e Love, foram publicadas e expostas, seja em revistas, audiovisuais ou exposições. A análise de tais ciclos levou à compreensão de que o livro foi construído coletivamente, a partir da contribuição e intervenção de diversos agentes endógenos e exógenos. A pesquisa permitiu também identificar o modo como as imagens serviram a discursos ideológicos distintos no processo de colonização da floresta, promovido sistematicamente pelo governo militar durante a década de 1970. Buscamos identificar como a revista e o audiovisual foram usados como veículos para a defesa da exploração da floresta por empresas nacionais e estrangeiras e, por outro lado, como Amazônia foi uma tentativa de denunciar a devastação da mesma região, embora seu projeto inicial tenha sido desvirtuado pela censura. Para reconstruir essa trajetória, foram feitas entrevistas e também pesquisas em arquivos e na imprensa do período delimitado. Os resultados desta tese contribuem não apenas para a recuperação da biografia de um livro em exponencial valorização, como também nas investigações sobre a história da fotografia dos anos 1970, considerando os atravessamentos dos diversos veículos em que ela circulou, no caso a revista ilustrada, as exposições e os livros. No que se refere ao aspecto político, as análises contribuem para a compreensão de como as pautas ambientais e indígenas eram tratadas no período da ditadura civil-militar brasileira por meio das mídias fotográficas e ainda no desvelamento dos mecanismos de repressão e censura à fotografia. |