Implementação de protocolo assistencial de enfermagem em anestesia e seu efeito no clima de segurança e trabalho em equipe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lemos, Cassiane de Santana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-22022021-112806/
Resumo: Introdução: O planejamento da anestesia inclui a avaliação dos suprimentos necessários, as condições clínicas do paciente e as potenciais dificuldades para execução do procedimento. Desta forma, o uso de protocolos assistenciais em anestesia pode organizar e uniformizar o trabalho do enfermeiro de centro cirúrgico, melhorar a troca de informações e evidenciar a importância do profissional em sala de cirurgia. Objetivo geral: Analisar o clima de segurança e o clima de trabalho em equipe dos profissionais envolvidos no procedimento anestésico, antes e após a implementação de um protocolo assistencial de enfermagem em anestesia. Método: Estudo quase-experimental com desenho pré-teste/pós-teste, desenvolvido em três etapas no centro cirúrgico de um hospital privado paulista, envolvendo médicos anestesiologistas e enfermeiros assistenciais. Na primeira e terceira etapas foram aplicados o questionário de Atitudes de Segurança/ Versão Centro Cirúrgico (SAQ/VCC) e o instrumento \"Escala de clima na equipe (ECE)\" a todos os profissionais incluídos no estudo. Na segunda etapa, a pesquisadora fez uma intervenção educativa com os enfermeiros sobre anestesia para orientar o preenchimento do protocolo, definido como checklist de segurança do paciente: enfermagem no procedimento anestésico (CSP/EPA). Os enfermeiros implementaram o checklist por seis meses, em cirurgias de pacientes adultos submetidos a anestesia geral. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e modelo de regressão linear de efeitos mistos. Resultados: Participaram do estudo 19 (30,1%) enfermeiros e 44 (69,8%) anestesiologistas, com a implementação do protocolo em 282 procedimentos anestésicos. A implementação do protocolo apresentou diferenças estatisticamente significativas entre os períodos antes da indução (p=0,0001) e reversão da anestesia (p=0,0006), com a maior quantidade de itens executados durante a indução anestésica. Dentre as justificativas dos enfermeiros para não execução do checklist destacaram-se o chamado em outra sala, com interrupção do atendimento, e dificuldade para continuidade da assistência com a mudança de plantões. Diferenças na percepção de clima de segurança foram observadas entre os profissionais, com variação de pontuação média no SAQ/VCC de 62,5 a 69,2 e mudança significativa (p=0,02) entre os anestesiologistas no domínio percepção de gerência. Como efeito da implementação do protocolo observou-se aumento da pontuação no SAQ/VCC, em média de 4,12 pontos, relacionado aos fatores cargo de enfermeiro (= 2,11), idade (= 0,26), sexo masculino (= 3,62) e experiência profissional (= 0,22). Enfermeiros e anestesiologistas apresentaram aumento significativo de pontuação média no instrumento ECE (p=0,01) após a intervenção, com destaque nos domínios Participação na equipe (p=0,004) e Orientação para as tarefas (p=0,04), o que gerou como efeito um aumento de 60,09 pontos e foi relacionado ao fator experiência profissional (= 0,12). Conclusões: Os enfermeiros aplicaram o checklist principalmente nos períodos antes da indução e indução anestésica, tendo como limitantes a interrupção da assistência e falta de continuidade dos cuidados entre plantões. Evidências de mudanças na percepção de clima de segurança e trabalho em equipe de enfermeiros e anestesiologistas foram observadas após a implementação do protocolo. Implicações para prática: a aplicação do protocolo colabora para a promoção de cuidados com melhor qualidade, uniformidade de condutas e fundamentação científica, além de favorecer a comunicação e o trabalho em equipe.