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Resistência ao uso do sistema FM por adolescentes em um serviço público de saúde auditiva: fato ou mito?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sposito, Caroline
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-10052018-172611/
Resumo: A concessão do Sistema de Frequência Modulada para estudantes com deficiência auditiva representa um avanço no que diz respeito à participação desses alunos com maior igualdade de condições no âmbito da aprendizagem. É comum encontrar resistência ao uso deste dispositivo por adolescentes, sendo essa uma fase da vida conflituosa, de muitas mudanças fisiológicas, emocionais e necessidade de pertencimento. O objetivo deste estudo foi investigar o uso do Sistema de Frequência Modulada por adolescentes em um Serviço Público de Saúde. Foram analisados os prontuários de 310 adolescentes e coletados os dados demográficos, socioeconômicos e da consistência do uso do Sistema de Frequência Modulada. A estatística descritiva foi realizada por meio do teste Qui-Quadrado (X²), sendo adotado nível de significância de 5% (p=<0,05). Participaram jovens de ambos os gêneros, com deficiência auditiva bilateral (96,45%), provenientes de todo o Brasil, da classe social Baixa Superior (61,83%) e com escolaridade de ensino fundamental II (57,42%)e estudantes da rede pública (80,28%). A investigação da consistência do uso do dispositivo baseou-se nos 185 adolescentes que retornaram para consulta de acompanhamento entre os anos de 2013 e 2016, dos quais 155 revelaram fazer uso (83,78%), principalmente na escola (63,26%), ou ainda para ver televisão (30,52%) ou ouvir música (29,11%). Dentre os 113 (61,08%) que alegaram dificuldades no uso, 40,32% indicaram a vergonha como maior problema, seguido de quebra do Aparelho de Amplificação Sonora Individual ou do FM (20,16%) e falta de apoio dos professores (17,74%). Dentre os 30 adolescentes que revelaram não fazer uso, 20 devolveram (6,45%), justificando principalmente pela sensação de ausência de benefício, contudo mais da metade não o experienciou em sala de aula (68,75%). Conclui-se que a maioria dos adolescentes faz uso consistente do Sistema de Frequência Modulada; houve relação entre o uso consistente e grau de escolaridade dos pais; os estudantes de escola privada são mais adeptos ao uso consistente do que os da escola pública. É indicado o uso de um protocolo de seleção, adaptação e acompanhamento do uso do Sistema de Frequência Modulada, o desenvolvimento de estratégias clínicas e parcerias com a educação que favoreçam a adesão ao uso consistente, ressaltando-se o importante papel do Assistente Social em orientar e garantir o acesso aos direitos sociais desses jovens, visando a acessibilidade ao estudante com deficiência auditiva em condições de igualdade para o seu pleno desenvolvimento intelectual e social.