O narrador e seus duplos em Nenhum olhar e em Cemitério de pianos, de José Luís Peixoto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Suelotto, Kátia Cristina Franco de Medeiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-14012013-141332/
Resumo: O principal objetivo desta tese é a investigação do foco narrativo nos romances Nenhum olhar e Cemitério de pianos, de José Luís Peixoto, com vistas a defender a hipótese de que o narrador em primeira pessoa promove a assunção de duplos. Ambas as obras trazem personagens que contam a sua história e, no processo da narração, entram em contato consigo mesmas, sob uma perspectiva pautada nas deformações intrínsecas à passagem do tempo. Nesse sentido, a faculdade da memória assume um papel fundamental na relativização do passado. Trata-se, em primeiro lugar, de uma análise do plano da expressão. Concomitante à questão do narrador e seus duplos, observamos que o conteúdo de ambos os romances evoca o tema da busca da salvação. Compreendemos que a concepção de mundo que permeia as referidas obras está pautada na jornada de Cristo na Terra e, em especial, ao drama da Paixão. Concluímos, pois, que, ao desejo do narrador em primeira pessoa de contar a sua história, estão intimamente relacionados o fenômeno do duplo e a negação da morte. Desse modo, por meio da duplicação, as personagens entram em contato com uma realidade supratemporal, fundada no mito.