Carrapatos e Riquétsias associados a pequenos mamíferos em áreas endêmicas e não endêmicas para Febre Maculosa Brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Serpa, Maria Carolina de Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
BSF
FMB
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-09122019-130944/
Resumo: A Febre Maculosa Brasileira (FMB) é a enfermidade transmitida por carrapatos de maior importância médica da América Latina. Capivaras são hospedeiros primários para o carrapato vetor Amblyomma sculptum, e amplificadoras da bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da FMB. Entretanto, o ciclo epidemiológico da doença pode envolver outros componentes. Nesse sentido, pequenos mamíferos podem atuar como hospedeiros alternativos para carrapatos e para a manutenção do agente. O objetivo do presente estudo foi comparar ixodofauna e riquétsias associadas a pequenos mamíferos de áreas endêmicas e não endêmicas para FMB. Para isso pequenos mamíferos foram capturados (2015-2018) em três áreas endêmicas (E) e três áreas não endêmicas (NE) com alto grau de antropização no estado de São Paulo, e em duas áreas não endêmicas com baixo grau de antropização (BIO), uma no estado do Mato Grosso e outra no estado do Mato Grosso do Sul. Todos os carrapatos em parasitismo nos pequenos mamíferos capturados foram coletados. Soro sanguíneo foi testado para anticorpos anti-riquétsias por Reação de Imunofluorescência Indireta; carrapatos e tecidos dos pequenos mamíferos tiveram DNA extraído e testado na PCR para Rickettsia. Foi realizada uma análise comparativa de fatores ambientais que pudessem alterar a população de carrapatos e pequenos mamíferos do local entre as áreas E e NE. Foram capturados 629 animais de 27 espécies diferentes. A prevalência de parasitismo nesses animais foi de 45,4% nas E, 39% nas NE e 22% nas BIO. Nas E foram coletados 2795 carrapatos (A. sculptum, Amblyomma dubitatum, Amblyomma ovale e Ixodes loricatus); nas NE 1283 (Ixodes schulzei, I. loricatus, A. ovale, A. sculptum e A. dubitatum) e nas BIO 342 (A.sculptum, Amblyomma parvum, A. ovale, Ornithodoros mimon e I. loricatus). A. sculptum correspondeu a 81% dos carrapatos nas E, 10,7% nas NE e 43,8% nas BIO, ocorrendo majoritariamente no marsupial Didelphis sp. nas E e NE. Foram soropositivos 33,3% dos roedores e 19,2% dos marsupiais nas E, 15,7% e 10,3% nas NE e 12,6% e 11,2% nas BIO respectivamente. Nas E a taxa de infecção dos carrapatos testados pela PCR foi de 13,8%, nas NE 24,1% e nas BIO 48,6%. Nenhuma amostra de tecido foi positiva. As áreas NE apresentaram diferenças significativas na variável complexidade de sub-bosque, sendo mais complexo nessas áreas. A composição na comunidade de hospedeiros e carrapatos diferiu entre as três áreas estudadas. Evidencia-se maior circulação de riquétsias e maior número de A. sculptum nas E, apesar da similaridade na abundância do principal pequeno mamífero associado a ambos, Didelphis sp., entre as E e NE.