Papel do vermis anterior cerebelar na modulação das respostas autonômicas, neuroendócrina e comportamental ocasionadas pelo estresse de restrição em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Maysa Zucon da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-01062020-072913/
Resumo: O cerebelo apresenta estruturas heterogêneas em sua anatomia, sendo dividido sagitalmente em três regiões: vermis, paravermis e hemisfério. A função cerebelar, a nível de sistema nervoso central (SNC), promove principalmente ação sensório-motora, entretanto, evidências demonstraram também a participação do cerebelo em respostas autonômicas, cognitivas e emocionais. Diante disso, indícios demonstraram que as regiões cerebelares estão envolvidas no controle tanto das respostas cardiovasculares, como alterações na pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC), assim como nos circuitos neuronais relacionados a situações comportamentais. Sabe-se que o cerebelo apresenta conexões neuroniais com estruturas do SNC conhecidas por modular respostas desencadeadas pelo estresse. O estresse agudo de restrição (ER) é um modelo de estresse que promove aumento sustentado da PA e da FC, além de uma redução da temperatura cutânea (TC). O objetivo do presente estudo foi investigar o papel das regiões entre os lóbulos II-III e dos lóbulos IV-V do vermis anterior cerebelar sobre as respostas autonômicas (PA, FC, temperatura cutânea, variabilidade da frequência cardíaca e barorreflexo espontâneo), neuroendócrina e comportamental na condição sem estresse e durante ER, para tanto utilizando o cloreto de cobalto (CoCl2), injetado localmente, como ferramenta farmacológica. A inibição da região entre os lóbulos II-III e IV-V por CoCl2, durante condição sem estresse, não causou alterações autonômicas (PA, FC e TC) e neuroendócrina (corticosterona) significativas em ambas regiões. Porém, durante o ER o tratamento foi capaz de promover potencialização da PA e da FC; uma inibição da queda da TC e aumento da concentração de corticosterona (p<0,05) na região entre os lóbulos II-III, e uma potencialização da PA junto à diminuição da resposta da FC , uma potencialização da queda da TC e uma diminuição na concentração de corticosterona (p<0,05) nos lóbulos IV-V associada ao ER. Em relação à variabilidade da FC, a inibição da região IV-V evidenciou alteração na potência da banda de baixa frequência (LF) da pressão arterial sistólica (PAS) na condição sem estresse. Entretanto, não foi observada alterações na VFC com pré-tratamento com CoCl2, nas regiões II-III e IV-V durante o ER. No que se refere ao barorreflexo espontâneo, a inibição da região entre os lóbulos II-III causou alterações no ganho total e no número de sequências UP, tanto na condição sem estresse quanto durante o ER. Em relação a inibição das regiões entre os lóbulos II-III e IV-V não promoveu alterações significativas nas respostas comportamentais mediadas no labirinto em cruz elevado (LCE) e no campo aberto. Os resultados indicam que as regiões entre os lóbulos II-III e IV-V do vermis anterior cerebelar são capazes de modular parâmetros autonômicos (aumento de PA e FC; e queda da temperatura cutânea) e neuroendócrino durante o ER. Além disso, os achados da variabilidade da frequência cardíaca e do barorreflexo, possivelmente, refletem um predomínio da atividade cardíaca parassimpática no papel desempenhado por esta área do cerebelo. Entretanto, ainda é necessária a determinação das possíveis vias cerebelares atuantes na modulação autonômica e comportamental para maior esclarecimento.